Os impactos do coronavírus nas vendas do comércio foram mais intensos para as lojas do segmento de vestuário no Espírito Santo. O setor teve queda de 82,5% nas receitas, segundo Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A retração tem fonte relação com as medidas de isolamento social, segundo o órgão, que foram adotadas pelo Estado para impedir o avanço mais forte da Covid-19. A queda nas comercializações em todo o varejo foi de 17,9%, de acordo com o levantamento.
Abril foi o mês com maiores restrições econômicas impostas pela quarentena iniciada no final de março. A maior parte das lojas de roupas e calçados, principalmente, na Grande Vitória, manteve-se fechada por todo o mês. Algumas não voltaram a funcionar após a autorização para a reabertura.
Embora muitos lojistas tenham mantido as vendas por meio de delivery ou canais virtuais, como Instagram, Facebook e Whatsapp, as medidas não foram capazes de contribuir para a manutenção do mesmo nível de operações, derrubando fortemente as receitas do setor.
A volta das atividades foi feita de forma gradual no Estado, começando com as autorizações para a abertura dos negócios nos municípios do interior ainda em abril. No entanto, na Região Metropolitana o retorno ocorreu apenas em maio e não foi total. Até agora, as lojas de rua podem abrir em dias alternados.
Os shopping centers foram liberados para funcionar desde o início de junho, mas apenas de segunda a sexta e com horário reduzido.
Com o fechamento prolongado do comércio, os números do IBGE revelam o grave problema econômico deixado pelo avanço da Covid-19 no Estado.
De acordo com o levantamento, a queda nas vendas só não foram mais profundas por causa dos setores considerados essenciais. Supermercados e hipermercados, por exemplo, tiveram crescimento de 12,3% nas vendas em abril em comparação com março. Em relação a quarto mês de 2019, o avanço foi de 8,1%.
Outros segmentos, no entanto, bateram recorde de redução de vendas. O mais afetado foi o de tecido, vestuários e calçados: 82,5% de queda em abril. Depois aparece de livros, jornais, revistas e papelaria, com redução de 72,4%. Em seguida estão: móveis (-59,8), artigos de uso pessoal e doméstico (-52,5%), equipamentos para escritório (-47,9), combustíveis (-39,2), eletrodomésticos (-32,5%) e artigos farmacêuticos (-4,4%).
No comércio varejista ampliado, que inclui os setores de veículos e de material de construção, o impacto foi o segundo mais forte do país. As vendas tiveram redução de 23,4%.
O peso maior nessa conta é o de venda de automóveis, motocicletas e peças. Em abril, a queda foi de 46,6%. Já as lojas de material de construção, apesar da crise, conseguiram expandir em 3% as comercializações.
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