Para vencer a crise e potencializar as vendas, lojistas do Espírito Santo estão investindo cada vez mais no comércio eletrônico, que surge como um canal adicional de compras não apenas para os próprios capixabas, mas também para consumidores de outros Estados. Neste cenário, um dos grandes aliados é o marketplace, que nada mais é que uma espécie de shopping virtual, que reúne produtos e ofertas das mais variadas empresas.
Sites conhecidos, como Amazon, Magazine Luiza, Submarino e Americanas, são alguns exemplos de marketplace, sendo que neles podem ser encontrados, inclusive, produtos vendidos em lojas capixabas. Mas a pandemia fez com que os empresários resolvessem ir além.
No Estado, já existem marketplaces reunindo lojas de um mesmo bairro e até os shoppings centers da Grande Vitória estão investindo na criação das próprias plataformas para ampliar os negócios na web.
Esse movimento de ter uma operação híbrida, tanto no mundo real quanto no digital, levou o Estado a bater recorde de vendas no final de novembro, entre os dias 27 e 30, durante a Black Friday e Cyber Monday. As datas foram responsáveis por uma receita total de R$ 417,3 milhões no Espírito Santo, e a maior parte desses recursos originou-se das vendas pela internet para outros Estados.
Do total, R$ 353 milhões foram em vendas para outras Unidades da Federação um aumento de 85% na comparação com 2019, quando as vendas para outros Estado alcançaram R$ 190 milhões, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
Foi nessa onda que o Shopping Vitória aproveitou a pandemia para lançar seu marketplace próprio . O negócio, que surgiu em novembro, oferece frete grátis para todo o Espírito Santo nas compras acima de R$ 50, estacionamento liberado para quem for fazer a retirada do produto e cashback de 10% do valor da compra.
Há mais de 400 produtos de diferentes segmentos disponíveis para compra no momento. Basta acessar o site, escolher, pagar e combinar a entrega com a loja ou retirar no shopping. A expectativa é ter também uma entrega própria e rápida até 2021.
As expectativas, segundo o diretor-geral do Shopping Vitória, Raphael Brotto, são bastante positivas. Hoje em dia, tudo que é on-line é atrativo ao cliente. A plataforma tem tudo para dar certo, pois traz praticidade, é fácil e interativa.
Quem também aderiu ao marketplace foi o Boulevard Shopping Vila Velha, que conta com um espaço de compras dentro do site. O empreendimento, que também lançou uma vitrine virtual em função da pandemia, decidiu torná-la permanente. Basta pesquisar pela marca e o nome da loja, e, então, entrar em contato direto com os vendedores.
Outros, como os shoppings Moxuara, Mestre Álvaro, Montserrat, Praia da Costa e Vila Velha, reforçaram seus canais de venda pela internet.
O Masterplace Mall, na Reta da Penha, em Vitória, também aderiu ao marketplace e lançou, há alguns meses, a Open Place, uma plataforma digital para intermédio de vendas das lojas localizadas no espaço.
Com a proximidade do Natal, foram selecionados itens como calçados, moda e acessórios, doceria, casa e decoração, perfumaria e cosméticos, entre outros, usualmente escolhidos para presentear. Ao escolher o item, o consumidor é direcionado ao canal de comunicação com o lojista para finalizar a compra.
A gestora de marketing do Masterplace Mall, Amanda Degobi, explica que a plataforma foi bem aceita pelos lojistas. A ideia é continuar com a plataforma, mesmo após a pandemia. O importante são estratégias que ajudem o lojista a vender, reforça.
Enquanto esses marketplaces têm atuação regional, outras lojas aderiram a canais de venda de alcance nacional. É o caso, por exemplo, da Móveis Simonetti, que além de vender por meio de site próprio, também colocou seus produtos em plataformas como Americanas, Shoptime e Submarino.
Algumas lojas optam pela presença em canais com alcances diversos. A marca de roupas masculinas Konyk, por exemplo, além de estar inserida nos marketplaces de shoppings, passou a vender também em outros sites, como no da varejista Magazine Luiza.
Proprietário da Konyk, o empresário José Carlos Bergamin, que é diretor na Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES) e presidente do Sindicato dos Lojistas de Vila Velha, conta que a estratégia ajuda a fortalecer também as lojas físicas.
Cada segmento tem um desempenho muito diferente no e-commerce. Vestuário, que já tem uma boa expressão no virtual, ainda é um produto que, na maioria das vezes, é comprado em lojas físicas. Mas você precisa estar presente na internet para potencializar também as vendas físicas. É uma forma a mais de chegar ao consumidor, ainda mais se você trabalha com nichos.
Lojista da Praia do Canto, na Capital, Cesar Saade, da Libanesa Homem, explica que, de olho nas mudanças de consumo, aderiu a dois marketplaces Savana e Shopinvix , além de fazer vendas intermediadas pelas redes sociais.
Um marketplace é da associação comercial, e outro de lojas da Grande Vitória. Fizemos a adesão no auge da pandemia. Quando estávamos totalmente fechados, era o principal canal de vendas. Agora diminuiu um pouco porque as pessoas voltaram a buscar a loja física. Mas pretendo continuar. Não há motivo para que seja diferente. É uma tendência, de modo geral.
Por outro lado, há lojas como a Sipolatti que decidiram fortalecer o próprio site de vendas, em vez de buscar um espaço compartilhado.
Dentro da nossa plataforma podemos fazer uma entrega mais ágil, e cumprir nossos compromissos com o consumidor. Então, optamos por não trabalhar com o marketplace, mas fortalecer nosso site, destacou o empresário Cláudio Sipolatti.
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