A Justiça de São Paulo autorizou mais um leilão de imóveis do Grupo Itapemirim, que está em recuperação judicial desde 2016. A nova rodada conta com sete lotes, sendo seis no Espírito Santo e um em Pernambuco. Os lances poderão ser dados pela internet a partir de novembro.
No Estado, estão à venda terrenos, uma casa de luxo e uma antiga garagem que atendeu as viações Itapemirim e Kaissara. Os ativos ficam nos municípios de Guarapari e Cariacica, na Região Metropolitana de Vitória, e de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul capixaba.
O lote com lance inicial mais barato inclui dois terrenos que juntos somam 720 metros quadrados no Loteamento Praia do Morro, em Muquiçaba, Guarapari, e ofertas a partir de R$ 780 mil na primeira oportunidade. O mais caro é o imóvel que abriga o prédio de uma faculdade no bairro Nossa Senhora de Fátima, em Cachoeiro de Itapemirim, com valor inicial de R$ 25 milhões.
Há ainda uma casa de alto padrão no bairro Amarelo, também em Cachoeiro, localizada em um terreno de 11.989,25 metros quadrados que terá a primeira oportunidade de compra a partir de R$ 11,55 milhões.
Os outros são o terreno de uma gráfica, também em Cachoeiro, com primeira oferta a partir R$ 14,34 milhões; a garagem da Itapemirim/Kaissara em Guarapari (R$ 11,6 milhões); e um terreno em Itaquari, Cariacica (R$ 2,2 milhões).
O leilão será virtual pelo site da site da TM Leilões. Os interessados podem visitar o lote até três dias antes da data de abertura do leilão. Para isso, é preciso já estar cadastrado no site e agendar a visita pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 3237-0069.
A Viação Itapemirim, fundada por Camilo Cola em 1953, enfrenta desde março de 2016 um conturbado processo de recuperação judicial. Naquele ano, a companhia entrou com o pedido na Justiça alegando ter R$ 336,49 milhões em dívidas trabalhistas e com fornecedores, além de R$ 1 bilhão em passivos tributários.
A família Cola, então, decidiu vender a empresa, junto de outros seis negócios do grupo (todos na recuperação judicial), para empresários de São Paulo. Após uma longa fase de discussão e um processo de briga entre os sócios capixabas e paulistas, o plano de recuperação foi homologado em 2019.
Esse plano aprovado pelos credores prevê que, para pagar as 1.480 pessoas físicas ou jurídicas com as quais o grupo tem dívidas, seriam realizados leilões de imóveis, veículos e linhas de ônibus da companhia. A empresa já teve outros bens leiloados no Estado no ano passado e neste ano.
Com a pandemia do coronavírus, que afetou duramente o setor de transportes, a Itapemirim conseguiu uma alteração no plano recuperação judicial, com aprovação da Justiça, que passou a lhe permitir utilizar 80% dos valores arrecadados nos leilões para o custeio da operação da empresa e só os 20% restantes para o pagamento de credores.
A Viação Itapemirim informou que, neste novo leilão, a arrecadação também contribuirá no pagamento de credores. Segundo a empresa, haverão novos imóveis a serem leiloados no final de novembro.
"Ônibus mais antigos também serão vendidos em leilão também para que a verba seja revertida na compra de ônibus novos para renovação de frota", afirmou a Itapemirim através de sua assessoria.
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