O sonho da casa própria ainda parece distante para quase mil famílias de Linhares, no Norte do Espírito Santo, que já esperam há 11 anos por imóveis do programa Minha Casa Minha Vida. Com prazo de conclusão para dezembro de 2013, as obras do Residencial Mata do Cacau, no bairro Aviso, foram iniciadas em 2010, mas estão paralisadas. O que se vê no local é mato tomando conta das residências. Em Aracruz, na mesma região, mais de 500 moradores também aguardam por obras do programa que era para serem entregues em 2016. Entretanto, essa espera dessas pessoas pode estar chegando ao fim.
A Caixa Econômica Federal informou que deve retomar as obras e contratar uma nova empresa para operar o projeto. Segundo o banco, um chamamento público foi aberto para selecionar uma nova construtora para terminar o serviço e o prazo para envio de proposta é de três meses. As obras estão paralisadas desde 2020 e o único "ocupante" do residencial é o mato que cresce no local, já que o canteiro de obras foi abandonado pela antiga empresa contratada.
O residencial de Linhares foi projetado para ter 917 unidades, com o valor de R$ 62 milhões de reais investidos. A dona de casa Claudineia Bispo Gomes é uma das pessoas que aguardam o fim da construção. Enquanto isso não acontece, ela, o marido e os filhos moram de favor na casa da mãe de sua mãe.
“Ficamos na esperança para ganhar a casinha, tem mais gente que fica com essa esperança. Tem gente que está pagando aluguel, precisando morar na própria casa, e não tem como. Não tem nem previsão. E as casas ficam lá, estragando com o mato tomando conta”, afirma da dona de casa.
Em Aracruz, não é diferente. As obras do programa do governo federal também foram paralisadas pela mesma empresa responsável pela construção do residencial em Linhares. Com um investimento estimado em R$ 30 milhões, as casas do Residencial Barra do Riacho são para famílias com renda entre um e três salários mínimos, cadastradas no programa Bolsa Família.
São 537 famílias do município esperando desde que as obras começaram, em fevereiro de 2015. A previsão era de que as casas fossem entregues em agosto de 2016. A espera é angustiante para Alcione Vieira Vicente, que também mora de favor com os filhos na casa da mãe. “Não vejo a hora de ter a minha casinha. Enquanto isso, o mato está lá tomando conta e eu tendo que ficar aqui”, lamenta.
A Caixa Econômica Federal informou que, também em Aracruz, deve retomar as obras assim que contratar uma nova empresa, e reafirmou que a previsão para envio de propostas é de três meses. O banco disse ainda que a antiga empresa contratada está impedida de operar novos projetos com a instituição bancária. A Caixa reafirmou o seu compromisso em concluir e entregar as obras habitacionais do programa.
* Com informações do repórter Caio Dias, da TV Gazeta Norte
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta