A pandemia do novo coronavírus e as regras de isolamento social transformaram o jeito de se fazer negócios. Para superar a crise e sobreviver a esse momento de incertezas, muitos empresários precisaram repensar seus planos e propostas de empreendimento. O mercado virtual mostrou-se um caminho sem volta, mas, para chegar até lá, é preciso planejamento.
Aqueles projetos que já nasceram digitais ganharam ainda mais espaço neste momento, enquanto os que não estavam presentes no mundo virtual tiveram que migrar a atuação para a internet de modo a melhorar seu desempenho, ampliar seu alcance e otimizar os resultados.
Para a diretora de Tecnologia, Inovação e Produtividade do Senai-ES, Juliana Gavini, o empreendedorismo digital tem vários benefícios e um deles é a possibilidade de se colocar uma ideia em prática com pouco investimento em estrutura. Segundo ela, o mundo digital é cada vez mais relevante no nosso dia a dia, e não há mais como voltar ao que era antes.
O mais bacana é essa capacidade de ser exponencial, como é o caso das startups, que são direcionadas para o digital e utilizam a tecnologia como instrumento. Não precisam investir na estrutura física porque são grandes em conhecimento e competência e, ao mesmo tempo, realizam um trabalho com potencial gigantesco. Esse é o brilho do empreendedorismo digital, levar o valor do negócio a mais e mais pessoas, potencializando o valor tecnológico, analisa.
Juliana destaca o empreendedorismo digital como um caminho sem volta, pois obriga a acelerar o acesso às tecnologias para cobrir a necessidade de interação das pessoas, e também conectar sistemas físicos.
Especialista em Inovação, Arthur Igreja acredita que o empreendedorismo deve crescer ainda mais, principalmente pela redução na oferta de vagas de emprego. Hoje, é super acessível começar um negócio, algo que há poucos anos era necessário muito dinheiro. Há várias alternativas no mercado que dão acesso à informação e ao crédito, por exemplo. Basta aproveitar esse mundo de oportunidades, recomenda.
E, para diminuir as possibilidades de frustração, Igreja orienta que o empreendedor converse com outras pessoas que já tenham investido no próprio negócio.
Muita gente acredita que é só se jogar naquilo em que acredita. Entretanto, algumas ações vão ajudar a ganhar tempo e ter menos chances de errar. Com isso, é preciso se ajustar à sua realidade e ao perfil do seu negócio, ensina.
Durante a pandemia, algumas empresas foram obrigadas a migrar do analógico para conseguir sobreviver no mercado. Esse movimento se chama digitalizar o negócio.
O pesquisador de Futuros, Leonardo Carraretto, cita como exemplo os restaurantes que não utilizavam os aplicativos de entrega antes da pandemia, ou lojas que passaram a comercializar seus produtos pelas redes sociais. Já uma empresa digital, segundo ele, é aquela que já nasceu com essa tecnologia.
O empreendedorismo digital é um caminho sem volta e todos os negócios terão que ser repensados. Chegará um tempo em que o digital virá primeiro do que o digitalizado. Alguns processos foram acelerados, de cinco a 10 anos, em apenas cinco meses. Essa mudança será impulsionada pelo comportamento do consumidor e quem não se adaptar a essa inovação não vai existir. Isso vai valer tanto para os que já existem quanto para aqueles que ainda vão surgir, pontua.
A transformação digital veio para modificar a vida do consumidor e, para chegar a ele, o empreendedor terá que combinar a tecnologia com a forma de alcançar o cliente, aponta Carraretto.
Estar na internet e vender pelas redes sociais são iniciativas importantes para o empreendedor, mas ele precisa se conectar também a outros aspectos. Uma deles é o foco no atendimento ao consumidor.
O primeiro passo para conseguir ter um negócio de sucesso é saber se organizar, conforme destaca a consultora de negócios Josy Santos. Para isso, é preciso conhecer o mercado, entender as demandas do público, saber quem serão os clientes e como serão feitas as vendas, identificar o canal que será utilizado para as operações comerciais e financeiras.
O empresário precisa identificar por onde ele quer comercializar seus produtos ou serviços, se pelo Instagram ou WhatsApp, por exemplo. Pensar na plataforma de pagamentos também é fundamental. Com isso definido, é preciso investir em boas fotos para atrair o cliente, principalmente se a opção é vender pelas redes sociais, observa.
Na opinião do gerente de competitividade do Sebrae-ES, Luiz Felipe Sardinha, desenvolver um trabalho em torno da marca continua sendo muito importante, e ele aponta os primeiros passos de um empreendedor.
Definir qual será o cliente, com as características e o perfil. O próximo passo será a definição do canal de comunicação. Também é fundamental acompanhar o perfil desse consumidor, entender como ele se comporta com uma postagem no Facebook ou em um site de vendas. Avalio ainda que o cliente precisa associar a sua marca com algo que ele necessite. Por isso que o posicionamento é tão importante, ressalta.
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