Mesmo diante de pressão inflacionária, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 2% ao ano nesta quarta-feira (28). A decisão foi unânime e na linha do que já esperava o mercado. O atual patamar segue sendo o menor da história da Selic desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação.
É a segunda reunião seguida sem mudanças na Selic, após nove cortes consecutivos. Com a economia brasileira ainda no início da recuperação, em meio à pandemia de coronavírus, o Copom avaliou que há "incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia", sobretudo a partir do próximo ano com o fim do auxílio emergencial.
O Comitê lembrou que as últimas leituras de inflação ficaram acima do esperado, com a alta nos preços de alimentos e insumos, mas avaliou que "apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, mantém o diagnóstico de que esse choque é temporário", mas afirmou que seguirá monitorando a evolução do IPCA com atenção.
O Banco Central ainda observou que as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 3,1% para 2020 e para 2021 e de 3,3% em 2022, cenário que supõe que a trajetória de juros encerrará 2020 em 2% ao ano e que a Selic será elevada em até 2,75% ao ano em 2021 e até 4,50% em 2022.
A Selic é a taxa de juros básica do Brasil, ou seja, é a referência usada para o pagamento da dívida pública pelo governo. Ela também influencia as demais taxas de juros dos bancos e altera a rentabilidade de algumas aplicações financeiras como a poupança e outros investimentos mais conservadores.
A taxa é usada pelo Banco Central como ferramenta para controlar a inflação, já que a alta ou a queda dos juros influencia o consumo das famílias e a tomada de crédito no país.
Em linhas gerais, quando a inflação está alta, aumentam-se os juros para reduzir o consumo e forçar uma queda nos preços. Quando a inflação está muito baixa, o Banco Central reduz a Selic para estimular o consumo.
Ou seja, o Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. Para 2021, ano no qual o Banco Central passou a mirar as decisões, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%. As decisões sobre juros levam de seis a nove meses para ter impacto pleno na economia.
Com informações de agências.
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