Representantes do setor econômico que participaram na manhã desta sexta-feira (1º) do 7º Fórum Liberdade e Democracia de Vitória defenderam a revisão dos gastos obrigatórios dos governos, bem como a reforma administrativa.
Na opinião deles, a reforma tributária, anteriormente vista como um dos principais pontos a serem alterados, pode ficar para um outro momento, tendo em vista a dificuldade de consenso sobre o assunto.
A economista chefe do banco Santander, Ana Paula Vescovi, acredita que a população deve sentir uma retomada da economia a partir do ano que vem - com o Produto Interno Bruto (PIB) do país podendo crescer 2% em 2020 e 3% em 2021.
Sempre vi a reforma da Previdência como parte de um processo crucial para que a gente começasse a destravar a economia brasileira. Acho que agora a gente tem a abertura de um horizonte para enfrentar uma agenda extensa, mas que vai ser muito boa para o Brasil, disse Vescovi.
A emergência, na minha opinião, é focar na redução de gastos obrigatórios e aumentar os gastos discricionários sem ultrapassar o teto de gastos. É deixar mais dinheiro livre para as escolhas da sociedade - investimentos públicos, programas sociais, etc, acrescentou.
O co-presidente do Conselho de Administração da Natura, Guilherme Leal, destaca a conclusão da reforma previdenciária. Temos coisas positivas acontecendo no âmbito das reformas, mas existem situações em que gostaríamos de ver um diálogo mais civilizado por parte dos agentes políticos e econômicos, comenta.
A reforma da Previdência foi um grande feito. A reforma tributária é fundamental, mas muito complexa. Tem também a administrativa, que é muito importante. Temos um conjunto de reformas que me parece bastante relevante. Vamos ver o que é possível ser feito, pondera.
O economista e ex-governador Paulo Hartung (sem partido) vê que os problemas internos do Brasil têm dificultado a retomada do crescimento, além disso, segundo Hartung, o panorama internacional também não está favorável.
Quando se olha para o mundo, a gente vê que ele está andando de lado. Isso é ruim para o Brasil. Europa não está bem, China não está bem e o próprio Estados Unidos começa a soluçar. A nossa retomada está difícil por problemas internos, tem corrente amarrada no pé da gente, ilustra.
Agora, é possível ter uma trajetória lenta, mas positiva. Para isso é preciso seguir com as reformas, fazer a reforma do RH do setor público, que é um ralo das contas públicas, depois, se ganhar força, fazer uma reforma tributária para, pelo menos, simplificar o sistema, mexer na microeconomia, entre outras ações, conclui.
O presidente do Instituto Corresponsabilidade pela Educação (ICE), Marcos Magalhães, também participou do painel da manhã do Fórum Liberdade e Democracia. Ele defendeu a importância de um ensino Fundamental e Médio de qualidade - sobretudo no que se liga ao desenvolvimento tecnológico, tendo em vista que em 10 anos o mercado de trabalho deverá ser totalmente diferente.
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