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No pior cenário, PIB pode crescer apenas 1% em 2020, diz Guedes

No pior cenário, PIB pode crescer apenas 1% em 2020, diz Guedes

O ministro se reuniu na noite desta quarta-feira (11) com congressistas e falou sobre os possíveis impactos da doença na economia do Brasil

Publicado em 12 de março de 2020 às 09:17

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Ministro da Economia disse que o resultado do PIB pode ser ainda pior po causa da pandemia do coronavírus. (Marcelo Camargo/Agência Brasi)

No mesmo dia em que a equipe econômica revisou de 2,4% para 2,1% a sua projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2020, o ministro Paulo Guedes (Economia) disse que o resultado pode ser ainda pior por causa da pandemia do coronavírus.

Para Guedes, no pior cenário, o PIB seria de 1%, ou seja, o crescimento da economia seria menor do que o resultado de 1,1% de 2019. Seria o quarto ano seguido de baixo crescimento após a recessão. O ministro, no entanto, considera que o quadro mais realista é de uma perda de 0,3 ponto percentual. Nesse caso, o PIB cresceria 1,8% neste ano.

1,8%
É quanto Guedes acredita que o PIB brasileiro pode crescer em 2020

"Primeiros estudos nossos: se for uma coisa suave, 0.1 [ponto percentual] de perda de PIB. Se for uma coisa mais grave, pode chegar a 0.3, 0.4, até 0.5 [p.p de corte]", disse Paulo Guedes em reunião com congressistas na noite desta quarta-feira (11). "Se, ao contrário, a pandemia tomar conta do Brasil e nós não fizermos as nossas reformas, pode chegar até a 1%", acrescentou.

Segundo o ministro, se a população mantiver seus hábitos, o efeito do coronavírus sobre a economia será muito menor, apesar de as chances da contaminação serem maiores.

"Se nós continuarmos com as nossas formas de vida, a economia resiste um pouco mais – porque nós vamos continuar saindo, almoçando, indo a jogo de futebol –? e a contaminação aumenta. Se nós, por outro lado, mudamos nosso comportamento, a contaminação desce, mas a economia afunda", afirmou.

Guedes foi ao Congresso depois de os parlamentares aprovarem uma despesa extra de R$ 20 bilhões ao ano para o governo federal.

Na reunião, convocada de emergência a pedido do Palácio do Planalto, Guedes disse a deputados e senadores que a solução para a crise gerada pela pandemia é do Legislativo e que o sistema pode entrar em colapso.

"A solução é política, é de todos os senhores. O mapa técnico nós temos, sabemos como ligar as torneiras, com despejar o dinheiro, como realocar o dinheiro. Temos esta capacidade, vamos acelerar as reformas", afirmou.

"Agora, tem uma coisa que é inescapável: a solução é política. Por exemplo, se nós conturbarmos o ambiente político por um lado, o Congresso reage por outro lado e aprova mais despesas, não são as que nós queremos, derrubamos o teto [de gastos], vamos para a Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo trava os recursos. Onde nós vamos parar?", indagou.

A reunião de Guedes com os parlamentares ocorreu um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter dito, sobre a crise do coronavírus, que “muito do que falam é fantasia”. Na segunda (9), Guedes havia dito que o governo está sereno e que a melhore resposta para a crise são as reformas.

Mais cedo o Congresso derrubou um veto de Bolsonaro à ampliação do BPC (benefício assistencial a idosos carentes e deficientes). Após a derrota, Guedes e Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, foram ao Palácio da Alvorada reunir-se com Bolsonaro.

Pouco depois, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocaram líderes partidários para uma reunião de emergência, a portas fechadas.

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Desta reunião também participaram Guedes e os ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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