A nova gasolina com padrão europeu, que promete melhor desempenho do veículo mas também é mais cara, passou a ser obrigatória no mercado brasileiro nesta segunda-feira (3) a partir desta data, os produtores de combustíveis no país são obrigados a produzir de acordo com as novas regras. Porém, os consumidores terão que esperar um pouco mais até que esse combustível chegue às bombas. Na Região da Grande Vitória, no Espírito Santo, por exemplo, os postos ainda não estão vendendo o novo produto.
A reportagem de A Gazeta entrou em contato, por telefone, com 16 postos dos municípios de Cariacica, Serra, Vitória e Vila Velha, na tarde desta segunda-feira. (Veja a lista com os postos e o valor da gasolina no final da matéria).
Apenas dois dos postos de combustíveis ouvidos pela reportagem, um em Cariacica e outro em Vitória, afirmaram terem recebido o novo combustível, porém, como ainda havia gasolina antiga no tanque de armazenamento, ambos estão misturados. "Nos próximos 15 a 20 dias, com a renovação do estoque no posto, isso deve ser consertado", disse um vendedor. Outros postos disseram que não têm previsão de quando o novo combustível começa a chegar.
A mudança contempla das gasolinas comum (tipo C) e Premium (para carros esportivos). A nova gasolina promete menor consumo e maior desempenho. Ela está mais próxima ao padrão de combustível europeu, porém, pode pesar mais no bolso na hora de abastecer o veículo. Segundo o Sindicato dos Postos de Combustíveis no Espírito Santo (Sindipostos), a chegada do novo produto aos capixabas dependerá dos estoques das distribuidoras e da sua logística.
Durante a ronda por telefone, muitos dos atendentes não sabiam o que era a nova gasolina 92 RON ou 93 RON. Atualmente, existem dois parâmetros de octanagem Motor Octane Number (MON) e Research Octane Number (RON). No Brasil, só era especificada a MON e o índice antidetonante (IAD), que é a média entre MON e RON.
De acordo com a Resolução nº 807/2020 da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), toda a gasolina produzida no Brasil e importada deverá atender às novas especificações a partir do dia 3 de agosto. Porém, foi dado um prazo adicional de 60 dias para as distribuidoras e de 90 dias para os revendedores se adequarem, permitindo o escoamento de possíveis produtos comercializados até o último domingo (2) ainda sem atender integralmente às novas características.
Essa mudança acorrerá em duas etapas. A primeira, que está em andamento e segue até 3 de novembro, quando será obrigatória a gasolina com as novas especificações. Já a segunda começa em 1º de janeiro de 2022. O valor mínimo de octanagem RON, para a gasolina comum, será 92, a partir de 3 de agosto de 2020, e 93, a partir de 1º de janeiro de 2022. Já para a gasolina Premium, já passou a ser de 97.
De acordo com a ANP, quem estiver vendendo gasolina antiga após o prazo estará sujeito a processo administrativo que, após amplo direito de defesa e contraditório, poderá resultar em multa de R$ 20 mil a R$ 5 milhões.
A revisão da especificação da gasolina feita pela ANP contempla, principalmente, três pontos. O primeiro é o estabelecimento de valor mínimo de massa específica (ME), de 715,0 kg/m3, o que significa mais energia e menos consumo.
O segundo é o valor mínimo para a temperatura de destilação em 50% (T50) para a gasolina A, de 77,0 ºC. Os parâmetros de destilação afetam questões como desempenho do motor, dirigibilidade e aquecimento do motor.
Já o terceiro ponto é a fixação de limites para a octanagem RON (Research Octane Number), já presente nas especificações da gasolina de outros países. A fixação de tal parâmetro mostra-se necessária devido às novas tecnologias de motores e resultará em uma gasolina com maior desempenho para o veículo.
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