ESG. Três letrinhas que estão na moda e promovendo uma revolução no mercado global. A sigla, que na tradução livre do inglês significa o cuidado das empresas com a sustentabilidade ambiental, social e com a governança, tem sido incorporada por negócios dos mais diferentes tamanhos no mundo e também no Espírito Santo. E a nova geração de consumidores cada vez mais tem exigido esse comprometimento das marcas com seus produtos e serviços.
Essa é a avaliação de especialistas no tema e de empresários que participaram do lançamento do Anuário Espírito Santo 2022, de A Gazeta, nesta segunda-feira (12), que teve como tema “ESG: Quem faz a diferença para um mundo mais verde, ético e humano”. Para os participantes do evento, enxergar a visão de mundo das novas gerações e acompanhar as mudanças globais, aplicando-as às rotinas das empresas, é fundamental para a sobrevivência dos negócios no longo prazo.
Em painel comandado pelo colunista de A Gazeta Abdo Filho, o professor associado da Fundação Dom Cabral Pedro Lins e o consultor financeiro e comentarista da CBN Teco Medina defenderam que as lideranças públicas, privadas e sociais busquem entender “quem estará segurando a caneta no futuro”, ao se referir às pessoas pertencentes à Geração Z e os Millenials.
Pedro Lins destacou que, em 2030, 75% da força de trabalho global será representada por jovens e adultos que nasceram entre 1980 e 2010. Segundo ele, considerar valores, práticas sustentáveis e o impacto social de uma empresa será essencial para alcançar esse público que “não quer ter para ser, mas, sim, ser para ter”.
Entre as mudanças, Lins citou como a exportação de produtos agrícolas brasileiros para a União Europeia passou a ter uma regulamentação ambiental mais rígida neste ano, com a necessidade de atestar que os produtos não são oriundos de áreas desmatadas, uma pauta cada vez mais presente entre as novas gerações.
Por sua vez, Medina comentou sobre a inevitabilidade da adoção de práticas que vão de acordo com o ESG. Ele classificou as práticas como um “caminho sem volta” e que, por isso, empresas e corporações devem se atentar verdadeiramente às pautas e os impactos reais que ela pode causar na sociedade.
Ao ser questionado sobre as dificuldades de implementação da agenda ESG, Medina citou a polarização política e o posicionamento político-ideológico como alguns dos principais impeditivos.
Como mostra o Anuário, a agenda ESG já vem sendo absorvida por empresas e organizações do Espírito Santo nos mais diversos setores. O diretor presidente do Bando de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Munir Abud, disse que a instituição segue a onda mundial de adequação às obrigações contidas dentro do contexto de ESG.
“O Bandes vem se preparando e concedendo privilégios às empresas que contemplam na sua estrutura as pautas de ESG, como taxas de juros reduzidas e melhores condições de financiamento. Buscamos fomentar as boas práticas em todas as corporações”, comentou Abud.
No setor cafeeiro, o presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória, Márcio Cândido Ferreira, avalia que o empresário que não tiver como o principal pilar da sua empresa o ESG está fadado a ficar excluído do meio.
“O café é o cartão de visitas do agro brasileiro lá fora. A cafeicultura capixaba está avançada nesse sentido sustentável. Nossas fazendas, por força de lei, devem proteger 20% da área utilizada para plantio. Muitos no Estado protegem muito mais. Também fazemos uso de defensivos e tentamos produzir mais em áreas cada vez menores.”
O presidente da DVF, Durval Vieira Freitas, acredita que a adequação à agenda ESG no Espírito Santo tem ganhado cada vez mais relevância. Para ele, a adesão de empresas ao tema é imprescindível para que o Estado evolua.
“O tema do evento vai ao encontro à nossa razão de ser. Nós produzimos diversos trabalhos de consultoria que envolvem pessoas e empresas. Entendemos que o aprendizado sobre o que é meio ambiente e governança é essencial. Levar esse conhecimento e lembrar que o aprendizado dos nossos clientes deve ser constante”.
Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imoveis (Creci), Antônio Alberto Coutinho, são necessárias “formas cada vez mais abrangentes de abordar o tema”.
“Parabenizo a Rede Gazeta por toda a articulação em cima da temática de ESG. Por se tratar de uma questão que envolve os vários setores da sociedade, precisamos de cada vez mais estudos e articulações conjuntas como essa para evoluirmos”, finaliza.
O Anuário Espírito Santo 2022 será enviado aos assinantes anuais e distribuído aos parceiros da Rede Gazeta. Uma versão on-line da publicação também está disponível para download em agazeta.com.br/anuario, onde os conteúdos do Anuário também serão publicados em formato digital.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta