Repórter / rsantos@redegazeta.com.br
Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 19:30
- Atualizado há 2 anos
ESG. Três letrinhas que estão na moda e promovendo uma revolução no mercado global. A sigla, que na tradução livre do inglês significa o cuidado das empresas com a sustentabilidade ambiental, social e com a governança, tem sido incorporada por negócios dos mais diferentes tamanhos no mundo e também no Espírito Santo. E a nova geração de consumidores cada vez mais tem exigido esse comprometimento das marcas com seus produtos e serviços.
Essa é a avaliação de especialistas no tema e de empresários que participaram do lançamento do Anuário Espírito Santo 2022, de A Gazeta, nesta segunda-feira (12), que teve como tema “ESG: Quem faz a diferença para um mundo mais verde, ético e humano”. Para os participantes do evento, enxergar a visão de mundo das novas gerações e acompanhar as mudanças globais, aplicando-as às rotinas das empresas, é fundamental para a sobrevivência dos negócios no longo prazo.
Em painel comandado pelo colunista de A Gazeta Abdo Filho, o professor associado da Fundação Dom Cabral Pedro Lins e o consultor financeiro e comentarista da CBN Teco Medina defenderam que as lideranças públicas, privadas e sociais busquem entender “quem estará segurando a caneta no futuro”, ao se referir às pessoas pertencentes à Geração Z e os Millenials.
Pedro Lins destacou que, em 2030, 75% da força de trabalho global será representada por jovens e adultos que nasceram entre 1980 e 2010. Segundo ele, considerar valores, práticas sustentáveis e o impacto social de uma empresa será essencial para alcançar esse público que “não quer ter para ser, mas, sim, ser para ter”.
Pedro Lins
Professor associado da Fundação Dom CabralEntre as mudanças, Lins citou como a exportação de produtos agrícolas brasileiros para a União Europeia passou a ter uma regulamentação ambiental mais rígida neste ano, com a necessidade de atestar que os produtos não são oriundos de áreas desmatadas, uma pauta cada vez mais presente entre as novas gerações.
Por sua vez, Medina comentou sobre a inevitabilidade da adoção de práticas que vão de acordo com o ESG. Ele classificou as práticas como um “caminho sem volta” e que, por isso, empresas e corporações devem se atentar verdadeiramente às pautas e os impactos reais que ela pode causar na sociedade.
Ao ser questionado sobre as dificuldades de implementação da agenda ESG, Medina citou a polarização política e o posicionamento político-ideológico como alguns dos principais impeditivos.
Teco Medina
Consultor financeiro e comentarista da CBNComo mostra o Anuário, a agenda ESG já vem sendo absorvida por empresas e organizações do Espírito Santo nos mais diversos setores. O diretor presidente do Bando de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Munir Abud, disse que a instituição segue a onda mundial de adequação às obrigações contidas dentro do contexto de ESG.
“O Bandes vem se preparando e concedendo privilégios às empresas que contemplam na sua estrutura as pautas de ESG, como taxas de juros reduzidas e melhores condições de financiamento. Buscamos fomentar as boas práticas em todas as corporações”, comentou Abud.
No setor cafeeiro, o presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória, Márcio Cândido Ferreira, avalia que o empresário que não tiver como o principal pilar da sua empresa o ESG está fadado a ficar excluído do meio.
“O café é o cartão de visitas do agro brasileiro lá fora. A cafeicultura capixaba está avançada nesse sentido sustentável. Nossas fazendas, por força de lei, devem proteger 20% da área utilizada para plantio. Muitos no Estado protegem muito mais. Também fazemos uso de defensivos e tentamos produzir mais em áreas cada vez menores.”
O presidente da DVF, Durval Vieira Freitas, acredita que a adequação à agenda ESG no Espírito Santo tem ganhado cada vez mais relevância. Para ele, a adesão de empresas ao tema é imprescindível para que o Estado evolua.
“O tema do evento vai ao encontro à nossa razão de ser. Nós produzimos diversos trabalhos de consultoria que envolvem pessoas e empresas. Entendemos que o aprendizado sobre o que é meio ambiente e governança é essencial. Levar esse conhecimento e lembrar que o aprendizado dos nossos clientes deve ser constante”.
Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imoveis (Creci), Antônio Alberto Coutinho, são necessárias “formas cada vez mais abrangentes de abordar o tema”.
“Parabenizo a Rede Gazeta por toda a articulação em cima da temática de ESG. Por se tratar de uma questão que envolve os vários setores da sociedade, precisamos de cada vez mais estudos e articulações conjuntas como essa para evoluirmos”, finaliza.
O Anuário Espírito Santo 2022 será enviado aos assinantes anuais e distribuído aos parceiros da Rede Gazeta. Uma versão on-line da publicação também está disponível para download em agazeta.com.br/anuario, onde os conteúdos do Anuário também serão publicados em formato digital.
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