Cinco anos após o início das obras, o Cais de Atalaia, no Porto de Vitória, foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (5). O novo espaço, que fica na abrangência do Terminal de Capuaba, em Vila Velha, começará a ser operado já a partir desta terça-feira (6), com a atracação de um navio de fertilizantes, com carga de 30 mil toneladas.
A licença ambiental que permite o início das operações foi concedida pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema) na última quinta-feira (1). O local poderá operar até 600 mil toneladas/ano, e a expectativa é que, com o cais, seja zerado o tempo de espera de navios para Capuaba.
A inauguração do cais contou com a presença de autoridades empresariais e do governo do Estado, representantes da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que explicou que as atividades no novo berço (207) vão ampliar em cerca de 10% a capacidade de movimentação de cargas no Porto de Vitória.
O cais é fundamental e, por isso mesmo, foi uma obra que a gente procurou dar continuidade. É o que a gente tem feito sempre, concluir aquilo que está em andamento. É a melhor forma de prover infraestrutura num cenário de orçamento apertado, alfinetou, em referência às críticas de que o governo Jair Bolsonaro tem levado crédito por obras iniciadas em outras gestões.
Com a ampliação da capacidade de movimentação de cargas do porto, a expectativa é que a inauguração do Cais de Atalaia ajude a viabilizar a desestatização da Codesa.
A consulta pública acerca da privatização, inclusive, será realizada a partir de novembro, conforme destacou o secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni.
A gente vai ter a consulta ao TCU e depois publica o edital (para concessão). A nossa expectativa é que no início do segundo semestre do ano que vem a gente tenha leilão.
O secretário frisou que, além de aumentar a capacidade de movimentação de cargas no porto, o novo cais é um espaço multipropósito, que tende a dar mais liberdade ao novo concessionário.
O terminal poderá movimentar diversos tipos de carga, entre granéis líquidos e sólidos, como trigo, malte, fertilizantes, ferro gusa, carga geral, entre outros. O cais será fundamental para implantação do futuro Terminal de Granéis Líquidos (TGL) do Porto de Vitória, empreendimento que vai demandar R$ 128 milhões em investimentos privados.
A área já teve leilão realizado pelo governo federal e deve ter as obras iniciadas em breve. Será a partir do cais que serão drenados combustíveis como gasolina e diesel, que seguirão por dutos até a armazenagem nos tanques do TGL, também em Capuaba, Vila Velha.
O novo concessionário terá mais liberdade para fazer operações diversas, que vão desde o granel líquido que vai atender um terminal que nós licitamos aqui, o VIX-30 , mas também granel sólido, carga geral. Uma obra como essa sem dúvida alguma traz maior atratividade para esse parceiro privado. E, do ponto de vista da economia, atende melhor a cadeia logística do Estado.
O investimento foi comemorado pelo governador Renato Casagrande, que também esteve no evento. Segundo Casagrande, ele é fundamental para dinamizar as atividades do porto e trazer mais competitividade ao Estado.
É um passo importante e quero agradecer muito a presença do ministro da Infraestrutura pela sequência nesses investimentos, e pelas perspectivas de que a gente vai ter ainda passos mais largos em direção à solução da necessidade de infraestrutura do Espírito Santo.
A obra, prometida desde o início da década, foi iniciada em 2015 e teve investimento de R$ 190 milhões com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os trabalhos foram concluídos no ano passado, mas para a liberação das operações a Codesa precisou superar três etapas: o alfandegamento pela Receita Federal, a liberação para atracação pela Capitania dos Portos e, por fim, o licenciamento ambiental.
O cais contínuo substitui os antigos dolfins de Atalaia, que eram estruturas independentes para atracação não conectada a um cais. Ele ganhou 20m de extensão, abrigando o berço 207, que conta com profundidade de 11,4 metros de calado. A estrutura conta com uma área total de 19.963 mil m², sendo de 10 mil m² só de retroárea (para armazenagem e movimentação de carga).
Segundo a Codesa, a obra teve várias etapas, como elaboração e aprovação do projeto, fabricação de pré-moldados, fabricação de camisas metálicas, reforço do muro da retroárea, remoção de pedras soltas e desmonte do maciço rochoso.
Apesar da inauguração, ainda será feita a retirada de três pontos rochosos no cais que chegam a 40 metros de altura, como mostrou A Gazeta em setembro. Essa obra a parte deve prosseguir até 2021. A Companhia Docas garante que a intervenção nas rochas não vai atrapalhar as operações.
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