A TechnipFMC, controladora da Flexibrás, anunciou nesta quarta-feira (5) que vai encerrar a fabricação de tubos flexíveis em sua planta no Porto de Vitória, em dezembro deste ano. A decisão da empresa afeta, direta ou indiretamente, os mais de 1.000 funcionários que trabalham na planta.
O cenário ainda é de muita incerteza sobre como ficarão esses profissionais. O que se sabe, até o momento, é que a empresa já vinha realizando demissões desde o início de 2020 e que alguns trabalhadores serão transferidos para o Porto de Açu, onde será a nova fábrica.
A colunista de Economia de A Gazeta, Beatriz Seixas, publicou em primeira mão, na madrugada de quarta-feira (5), que havia a expectativa de mudança nos rumos das atividades da companhia franco-americana no Estado. No início da tarde, a empresa confirmou que encerrará a produção no Porto de Vitória.
Instalada no local desde 1985, a multinacional produz tubos flexíveis voltados para a cadeia de petróleo e gás. Segundo a empresa, as atividades vão ser transferidas para a sua planta no Porto do Açu, no Estado do Rio de Janeiro. O grupo justificou que a decisão é fruto de várias mudanças organizacionais que estão sendo adotadas em função da queda sem precedentes nas atividades do mercado devido à pandemia da Covid-19 e da redução na demanda por petróleo e gás.
Um fornecedor da empresa disse à reportagem que, apenas em um dia, no mês de fevereiro, cerca de 90 pessoas foram demitidas. Segundo ele, ocorreram outros momentos em que grupos de funcionários foram dispensados em mesmo tempo.
De acordo com o presidente da RedePetro, Leonardo Veloso, alguns trabalhadores já foram dispensados e outros aderiram ao programa de demissão voluntária. "Muitos também já estavam sendo transferidos para Açu", diz.
Para o diretor da DVF Consultoria, Durval Vieira, os postos de trabalho que poderão ser desocupados é o que mais preocupa o segmento. Segundo ele, são profissionais altamente treinados e qualificados.
"É bom lembrar que para cada emprego direto, a empresa gera de 5 a 8 outros postos de trabalho na cadeia. Será algo bastante impactante. Além disso, tem toda uma tecnologia que ela leva, pois é uma fábrica de itens essenciais para a produção de petróleo e gás. Com a duplicação da produção de petróleo até 2030, seria muito positivo para nós que ela estivesse por aqui, avalia.
A reportagem entrou em contato com o presidente do Sindicato dos trabalhadores nas indústrias de borracha, materiais plásticos e fibras de vidro no Estado do Espírito Santo (Sindiborracha), entidade que representa os trabalhadores da empresa, mas ele afirmou que só conversaria nesta quinta-feira (6), junto com o setor jurídico do sindicato.
A TechnipFMC não explicou qual o destino dos funcionários. Apenas informou, por meio de nota, que todas as decisões serão tomadas com o máximo de cuidado em relação ao impacto para funcionários, clientes e comunidades. "Com forte presença no Brasil, a TechnipFMC permanece comprometida com suas operações atuais e com sua participação no futuro do setor de petróleo e gás brasileiro", disse.
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