A primeira versão deste texto informava erroneamente que as obras se iniciavam em até um ano. Mas a informação correta é dois anos. A matéria foi corrigida.
O primeiro trecho da ferrovia Vitória-Rio (EF 118) deve começar a sair do papel em até dois anos. O cronograma para a implantação da malha férrea entre Santa Leopoldina e Anchieta, há muito aguardada pelo setor produtivo capixaba, foi apresentado pela mineradora Vale, nesta quarta-feira (12), em evento no Palácio Anchieta, com a presença do governador Renato Casagrande.
A previsão é de que o ramal ferroviário crie mais de 1.500 empregos diretos durante o pico das obras. O investimento total na construção é da ordem de R$ 6 bilhões.
A linha tronco, de Santa Leopoldina a Anchieta, terá 80 quilômetros de extensão. Haverá ainda mais 20 quilômetros, com alças, até Ubu, totalizando 100 quilômetros de via construídos. Os estudos ambientais, de traçado, geofísicos, imobiliários, entre outros, já foram concluídos. Agora os estudos de risco ambiental para as alças de Ubu serão iniciados.
Segundo o diretor de Assuntos Regulatórios da Vale, Marcelo Sampaio, a ferrovia vai permitir que o minério de ferro chegue até o Porto de Ubu e será importante para o desenvolvimento econômico da Região Sul capixaba.
"Nós fizemos, nesses últimos dois anos e meio, um esforço para fechar a parte de projetos. Estamos com o projeto desses primeiros 80 quilômetros finalizado", afirma Marcelo.
A expectativa é de que os licenciamentos e as desapropriações sejam concluídos em até 24 meses e que as obras tenham duração de 60 meses. Ao todo, será necessário realizar 739 desapropriações, que afetam entre 3.500 e 4.000 pessoas.
Futuramente, em uma segunda etapa, a ferrovia ganhará mais 87 quilômetros até a divisa do Espírito Santo com o Rio de Janeiro, passando por Presidente Kennedy. A obra desse trecho contará com a doação do projeto básico pela Vale ao governo capixaba, mas as obras não serão feitas pela mineradora.
O primeiro trecho, já confirmado, vai cortar seis municípios:
Casagrande disse que agora um passo importante é acelerar as licenças. "A Vale estava estudando, fazendo projeto, mas a partir de agora tem um cronograma, tem um prazo. Os dois gargalos são esses: desapropriações e licenciamento ambiental."
A liberação da licença ambiental é de responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), enquanto as desapropriações cabem à Vale, mas terão apoio do governo do Estado e dos municípios, que auxiliarão na mediação.
“Nós vamos explicitar para o Ibama a importância desse empreendimento para o Estado. As desapropriações são de responsabilidade da Vale, mas nós vamos ter a oportunidade de conversar com todos os que serão, de alguma maneira, desapropriados, para facilitar e dar agilidade a essa desapropriações", frisa Casagrande.
O governador pontuou ainda que o novo traçado deve ajudar a reduzir gargalos logísticos no Estado, de forma a dinamizar o Porto de Ubu, o transporte de cargas como petróleo, minério, combustível, grãos e talvez até o transporte de passageiros, embora não haja planos da Vale nesse sentido no momento.
Quando começar a operar – a previsão é de que aconteça em 2030 –, a ferrovia deve receber 10 milhões de toneladas de carga geral ao ano, podendo chegar a 15 milhões.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta