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Oito postos são interditados em operação contra adulteração de combustíveis no ES

Oito postos são interditados em operação contra adulteração de combustíveis no ES

As investigações apontam que o esquema criminoso adulterava gasolina e revendia nessas unidades localizadas, na maioria, em Cariacica, além de Vila Velha

Publicado em 12 de abril de 2022 às 11:50

Ícone - Tempo de Leitura 5min de leitura
Operação da PF e PRF mira adulteração de combustíveis no ES
Os combustíveis eram levados até um galpão em Vila Velha, onde era adulterado. (Polícia Federal)

Oito postos de combustíveis da Grande Vitória foram interditados após a Operação Naftalina, deflagrada na manhã desta terça-feira (12). As investigações apontam que o esquema criminoso adulterava gasolina e revendia nessas unidades localizadas, na maioria, em Cariacica, além de Vila Velha

  • Nomes dos estabelecimentos

  • Posto Gallo - Rodovia Governador José Sete, S/N, Porto de Cariacica, Cariacica/ES 
  • Posto São Geraldo - Cruzamento da Rua São Roque com a Rua Águia Branca, Vale Encantado – Vila Velha/ES 
  • Posto Frontier - Cruzamento da Rua Vicente Celestino com a Rua Santana, Campo Grande – Cariacica/ES 
  • Posto as Eirelli - Av. Fernando Antônio, 579 - Bela Aurora, Cariacica - ES 
  • Posto Nova Marca - Rod. Norte Sul, S/N (Ao lado do Terminal de Carapina) - Rosário de Fátima, Serra - ES 
  • Posto Jupter - Rod. do Sol, 1796 - Praia de Itaparica, Vila Velha - ES 
  • Posto Bremenkamp - Cruzamento da Avenida Bahia com a Rua Mariano Firme, Valparaiso – Cariacica/ES 
  • Posto Rio Marinho - Cruzamento da Rua Principal com Rua Ovídio – Rio Marinho – Cariacica/ES

Segundo as investigações, a organização criminosa adquiria cargas de nafta solvente e álcool hidratado em outros Estados e as desviavam para a Grande Vitória. Em solo capixaba, o material era levado até um pátio clandestino em Vila Velha, onde os dois materiais eram misturados e a eles era adicionado um corante para dar coloração de gasolina.

As primeiras ações da operação ocorreram após uma série de abordagens a veículos tanque realizadas pela PRF, que percebeu irregularidades nas notas fiscais de cargas desses produtos. A Operação Naftalina teve esse nome escolhido em alusão à mistura fraudulenta de combustível realizada pelos criminosos com a utilização da nafta solvente, uma naftalina, um composto proveniente do petróleo.

MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA E LUCROS

Segundo a Polícia Federal, os bens empregados nas atividades ilícitas, em especial os caminhões e postos de combustíveis, estão em nomes de laranjas e foram adquiridos por meio de valores provenientes de outros crimes e pelo próprio desenvolvimento da atividade criminosa atual.

Foi possível concluir que a organização criminosa desviou um montante de quase 1,4 milhões de litros de nafta solvente e cerca de 371.200 mil litros de álcool hidratado, deixando o litro da “gasolina adulterada” no montante aproximado de R$ 3,15.

Considerando os valores atualmente praticados no mercado, em que o litro de gasolina é comprado, em média, por R$ 7,00, estima-se que os criminosos chegavam a lucrar mais de 100% com o esquema investigado, o que permite projetar um lucro com a atividade ilegal de mais de R$ 6 milhões.

CERCA DE 160 POLICIAIS ENVOLVIDOS

São 9 mandados de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 8 medidas cautelares de suspensões de atividade econômica deflagrados na operação. Além de 27 mandados de busca e apreensão na Grande Vitória (21), em São Paulo (2) e no Rio de Janeiro (4). São cumpridas também várias medidas de sequestro de bens dos investigados.

Em razão da grande quantidade de ordens judiciais, a ação contou com a participação de aproximadamente 160 policiais federais e rodoviários federais, além de 4 auditores da Receita Federal e uma equipe da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) destacada para o recebimento e transporte dos presos.

SINDIPOSTOS

O Sindipostos se manifestou sobre o ocorrido e declarou apoio total à operação. Leia a nota na íntegra abaixo.

O Sindipostos, representante do setor composto por mais de 700 postos em todo o Estado, parabeniza e manifesta o seu total apoio à Operação Naftalina, realizada pela Polícia Federal e Rodoviária Federal nesta terça, dia 12/04, e repudia toda e qualquer prática que não esteja em conformidade com as regras do setor, mas respeitando o direito de defesa dos envolvidos. O Espírito Santo tem, historicamente, segundo o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis da ANP, um dos melhores índices de qualidade do Brasil. Os fatos que estão sendo investigados são pontuais e, como se viu, praticados por novos entrantes oriundos de outros estados. Ou seja, não representa a realidade do nosso mercado.

O QUE DIZ UMA DAS BANDEIRAS DOS POSTOS 

A Vibra (antiga BR Distribuidora), uma das bandeiras dos postos de combustível alvo da operação, enviou nota informando que tomou conhecimento dos fatos e solicitará ao revendedor esclarecimentos como parte do processo interno de investigação conduzido por sua área de compliance. Veja a nota na íntegra

A Vibra informa que tomou conhecimento dos fatos e solicitará ao revendedor esclarecimentos como parte do processo interno de investigação conduzido por sua área de compliance. É importante ressaltar que como líder de mercado e presente em todo o território nacional, a Vibra é reconhecida pelo empenho nos esforços para a moralização e saneamento do mercado de distribuição de combustíveis, com iniciativas próprias ou juntamente com demais empresas reunidas no Instituto Combustível Legal (ICL) e Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

Os prejuízos causados por sonegação de impostos, adulteração de combustíveis, contrabando, roubo de cargas e outros crimes alcançam vultosas cifras e afetam não só as empresas do segmento e a arrecadação de estados e municípios, mas a sociedade como um todo. Ao longo dos últimos anos, a Vibra vem fazendo um radical corte de postos de sua rede após detecção de diversos tipos de irregularidades, resultando em menos 800 revendedores.

A Vibra reforça o compromisso com as melhores práticas de compliance e a utilização dos mecanismos que emprega para coibir desvios dessa natureza, sempre com o comprometimento de comunicar às autoridades indícios da ocorrência de crime para a devida proteção do público consumidor.

A reportagem de A Gazeta entrou em contato com os postos, mas ainda não obteve resposta.

Errata Atualização
12 de abril de 2022 às 15:02

A matéria foi atualizada após a divulgação dos nomes dos oito postos interditados.

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