O abono pago a servidores, bem como o décimo terceiro salário, que é pago aos trabalhadores formais de modo geral, sempre dão uma ajudinha no final de ano com presentes de Natal, comemorações e até dívidas a pagar. Mas existe ainda outra opção: investir o recurso adicional para poder ter lucro lá na frente.]
Profissionais da Educação do Estado vão ganhar uma premiação de R$ 7,2 mil. O restante dos servidores estaduais vão receber R$ 1,5 mil de bônus, além do salário extra pago sempre no final do ano.
Aplicar o dinheiro pago próximo do Natal no mercado financeiro é uma opção menos comum. Uma pesquisa feita nas capitais brasileiras pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou que, em se tratando do 13º, especificamente, apenas 29% dos trabalhadores brasileiros vão economizar, poupar ou investir o recurso.
O presidente da CNDL, José César da Costa, avalia que antes de decidir o que fazer, o ideal é que o consumidor análise sua situação financeira e estabeleça prioridades. “É importante o trabalhador ficar atento aos gastos e priorizar o pagamento de dívidas”.
Ele frisa ainda que o país vive um momento de alta inadimplência e a entrada desses pagamentos “extras” acaba sendo uma oportunidade para que se possa colocar as contas em dia e fechar o ano com o orçamento organizado.
Também é importante prever as despesas extras, do início do ano, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).
O sócio-fundador da Pedra Azul Investimentos, Lelio Monteiro, pontua que, se o trabalhador já está em uma situação mais confortável, investir o abono ou o 13º tende a ser algo mais vantajoso no médio e longo prazo.
“Para você chegar nesse ponto de investir por um prazo maior, tem que ver primeiro as outras coisas. Se tem dívida, quite a dívida. Se não tem dívida, mas está no zero a zero, isto é, se ainda vai começar a investir, e não tem uma reserva de emergência, o ideal é fazer um investimento mais conservador.”
Como o próprio nome indica, a reserva de emergência é um recurso poupado para o caso de imprevistos, de modo que seja possível pagar eventuais contas extras sem precisar recorrer a empréstimos ou cheque especial, apenas usando os recursos investidos.
Como pode ser necessário sacar o dinheiro de uma hora para outra, o investidor deve optar por investimentos menos arriscados e com boa liquidez. “Títulos do Tesouro atrelados à Selic, por exemplo, estão com boa rentabilidade hoje.”
O assessor na iHUB Investimentos Daniel Abrahão observa que caso já exista uma reserva, mas o trabalhador ainda esteja buscando um investimento de curto prazo, com planos de resgatar o dinheiro em até dois anos, a opção também deve ser por opções conservadoras e com liquidez curta ou com vencimento próximo ao período de retirada dos recursos.
Ele avalia que opções como Tesouro Selic, Renda Fixa Privada e fundos de investimentos são boas classes de ativos para atender a necessidade do curto prazo, valendo atentar-se aos vencimentos das renda fixas privadas.
Tendo em vista uma perspectiva de médio e longo prazo, o leque de opções é bem maior e pode envolver operações tanto conservadoras como mais arriscadas.
Lelio Monteiro afirma que o trabalhador pode investir em títulos indexados à inflação, que estão com bom rendimento, ou fundos diversos, de moderados a arrojados.
Já Daniel Abrahão destaca ainda que as ações, que são uma fração do capital social de uma empresa, são opções plausíveis para quem quer atuar em renda variável. “Ao comprar uma ação, o investidor se torna sócio do negócio, inclusive participando dos lucros e prejuízos.”
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta