Produtores rurais e comerciantes do Espírito Santo - envolvidos em roubo de gado e de outros animais para abate - comercializavam para açougues e supermercados carnes clandestinas e vencidas. O produto era comprado por consumidores como se fosse de boi, mas entre os produtos vendidos nos estabelecimentos tinham peças e embutidos feitas com carne de cavalo.
O esquema foi desbaratado pela Operação Abigeatus que combate duas organizações criminosas que atuam nesse mercado irregular. A fraude, além de provocar prejuízos financeiros aos donos dos animais roubados, também tem potencial de causar graves consequências à saúde de quem ingere. Duas toneladas de carne suspeita foram apreendidas pelas autoridades.
Segundo a Polícia Civil e também o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), que investigavam o grupo há três meses, a carne, com procedência duvidosa, era mal armazenada e sem condições sanitárias para o consumo humano. A ação ainda contou com apoio da Subsecretaria de Inteligência da Sesp e do Núcleo de Operações em Transporte Aéreo (Notaer).
"Estavam matando cavalo e produzindo a carne, a linguiça, embutidos. Eles furtavam cavalo doente na pista, boi doente, animal que foi sacrificado por algum acidente e transformavam em carne para vender para a população", comentou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
A operação tentou cumprir dez mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão nos municípios de Viana, Cariacica e Santa Leopoldina. Mais de 100 policiais civis participaram da ação, coordenada pela Delegacia de Segurança Patrimonial. Oito pessoas foram presas.
Um dos alvos da operação é o dono de uma chácara em Vila Cajueiro, em Cariacica, que foi preso junto com o filho. O empresário é suspeito de roubar gado de propriedades rurais e vender. Na chácara também foi apreendida uma carcaça de um ônibus velho que estava cheia de sacos de trigo que teriam sido furtados.
Os policiais também foram a um supermercado, em Porto de Cariacica, suspeito de vender carne clandestina. O local também pertence ao produtor rural de Vila Cajueiro. Lá foram apreendidos vários tipos de carne. O acém, por exemplo, custava no local menos de R$ 20 o quilo, sendo que em estabelecimentos próximos o mesmo produto era vendido em média a R$ 30.
No supermercado, embora o proprietário tivesse notas fiscais de 130 kg de carne, foram encontrados pelo menos o triplo de carne sem comprovação da procedência. S
Segundo o delegado Gianno Trindade, chefe do Departamento de Segurança Patrimonial, o consumo dessa carne pode provocar várias doenças. "Estamos há três meses investigando responsáveis pelo abate clandestino de gado e fornecimento final ao consumidor dessa carne. O interior do supermercado há carnes que estão fora de validade, segundo o Idaf. Temos indícios de que supermercados, açougue e restaurantes compraram essa carne", comentou.
Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, existia uma demanda muito forte de proprietários rurais sobre roubo, de abate na própria propriedade retirando a carne.
"Foram encontradas oito armas de fogo e quantidades de carne que comprovam essa venda ilegal para as pessoas. É um crime covarde, absurdo, uma insensatez muito grande dessas pessoas de vender esse tipo de material sem nenhuma condição sanitária", disse o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho.
Com informações da TV Gazeta
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