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Operação Piànjú: suspeito usava 10 identidades falsas para cometer crimes

Operação Piànjú: suspeito usava 10 identidades falsas para cometer crimes

O homem de 66 anos foi preso na última terça-feira (12). Segundo a polícia, uma empresa fictícia registrada em seu nome teria movimentado mais de R$ 7 milhões em transações fraudulentas

Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 16:19- Atualizado há 4 anos

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Policia Civil
Policia Civil. (Ricardo Medeiros)

Polícia Civil identificou que o homem de 66 anos, detido na última terça-feira (12), durante o desdobramento da Operação Piànjú, usava 10 carteiras de identidade falsas para cometer crimes, entre eles o de lavagem de dinheiro. Ele tinha quatro mandados de prisão emitidos com nomes diferentes. Segundo a polícia, os documentos eram verdadeiros, mas continham informações falsas.

Aspas de citação

Esses RGs possuíam falsidade ideológica apenas em relação aos dados, pois os documentos eram materialmente verdadeiros, tendo sido emitidos pela Polícia

João Paulo Pinto
delegado-chefe da DFRV
Aspas de citação

O homem foi detido por suspeita de integrar uma organização especializada em prestar serviço de lavagem de dinheiro para outros grupos criminosos. A prisão ocorreu no bairro Jundiá, em Pinheiros, na Região Norte do Espírito Santo e foi realizada pela equipe da Delegacia de Polícia do município, em conjunto com o serviço de inteligência da Polícia Militar, sob coordenação da Divisão de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

De acordo com o chefe da DFRV, delegado João Paulo Pinto, o suspeito atuava como "laranja", tendo pelo menos uma empresa fictícia registrada em seu nome. Através dela, teriam sido movimentados ilegalmente mais de R$ 7 milhões.

Operação Piànjú - suspeito usava 10 identidades falsas para cometer crimes

Segundo o titular da Delegacia de Pinheiros, delegado Leonardo Ávila, o homem foi detido na rua, em frente a casa de um parente e não resistiu à prisão. Havia quatro mandados de prisão emitidos contra ele, com nomes diferentes.

Aspas de citação

O suspeito utilizou quatro nomes diferentes, dos quais foram expedidos os mandados de prisão cumpridos nessa terça-feira. No momento da prisão, ao apresentar os mandados, o detido afirmou ter utilizado tais nomes para cometer diversos crimes, entre eles, o de lavagem de dinheiro e falsificação de documentos oficias

Leonardo Ávila
titular da Delegacia de Pinheiros
Aspas de citação

O suspeito foi encaminhado para a sede da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.

Em 21 de dezembro, 14 suspeitos de integrar essa organização viraram réus em um processo judicial. O homem preso em Pinheiros seria, então, o 15º integrante do grupo identificado até o momento. Ele ainda não foi denunciado pelo Ministério Público.

Operação da Polícia Civil e do Gaeco cumpre mandados de busca e apreensão na loja Akira Suzuki, em Itaparica, Vila Velha(Ricardo Medeiros)

SOBRE A OPERAÇÃO PIÀNJÚ

Em dezembro do ano passado, a operação Pianjú desarticulou uma organização criminosa com atuação interestadual e internacional. No dia 15 de dezembro, dez empresários foram detidos, sendo quatro no Espírito Santo, cinco em São Paulo e um no Ceará.

A operação é fruto de dois anos de investigação e expôs uma uma organização criminosa que atuava no Espírito Santo. Essa associação era composta por dois grandes empresários capixabas e diversos outros membros, que agiam como “prestadoras de serviços” de lavagem de capitais para outras organizações criminosas.

O grupo criminoso atuava de forma estruturada para praticar diversos crimes, entre eles: organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e particulares, inserção de dados falsos em sistemas informatizados, falsidade ideológica, estelionato e falsa comunicação de crime.

O esquema criminoso foi descoberto a partir de um falso comunicado de roubo de um caminhão. “Descobrimos que ele não existia fisicamente e que só constava no banco de dados do Detran e do Renavan. Esses caminhões ‘fantasmas’ serviam de patrimônio para essas empresas para que elas pudessem fazer o envio de dinheiro para a China e para os Estados Unidos”, apontou o titular da DFRV, delegado João Paulo Pinto.

“Na primeira fase da investigação identificamos que o dinheiro era enviado por determinadas empresas envolvidas em outros crimes, mas queremos saber se esses recursos pertenciam às companhias do Espírito Santo e de quais atividades eles eram fruto. Sabemos que os empresários daqui ficavam com uma parte do dinheiro e o resto mandavam para fora. Eles pagavam os impostos para fugir das fiscalizações dos órgãos de controle”, explicou o delegado.

INVESTIGADOS ESTARIAM ENVOLVIDOS COM EMPRESAS DA OPERAÇÃO LAVA JATO

Durante a investigação, ficou comprovado que a organização criminosa tinha ligação com empresas e pessoas investigadas e denunciadas no âmbito de diversas fases da Operação Lava Jato, realizadas pela da Polícia Federal (PF) Ministério Público Federal (MPF). Entre elas a Operação Chorume, a Operação Descarte, bem como empresas que já foram investigadas por atuarem com os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama.

Uma das empresas é investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, por desvios de mais de R$ 98 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A organização criminosa sediada no Estado do Espírito Santo teria movimentado mais de R$ 800 milhões.

(Com informações da Polícia Civil do ES)

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