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Os negócios no ES que lucram alto com os jogos do Brasil na copa

Os negócios no ES que lucram alto com os jogos do Brasil na copa

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) estima que o Mundial deve movimentar R$ 33 milhões em negócios no Estado

Publicado em 19 de novembro de 2022 às 19:17

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Não é novidade que o Brasil “para” para assistir à Copa do Mundo. No país em que o futebol é o carro-chefe em termos de esporte, grande parte da população paralisa as atividades para torcer pela Seleção Brasileira, que busca o sexto título mundial. Essa mudança de comportamento a cada quatro anos também impacta a economia.

Para se ter uma ideia, neste ano, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) estima que o Mundial movimente R$ 33 milhões em negócios no Estado. 

Aliás, pela primeira vez na história da competição, a Copa acontecerá no final do ano — entre 20 de novembro e 18 de dezembro —, por conta do clima extremamente quente no Catar. Assim, em 2022, o Mundial também coincidirá com a época de promoções, em especial a Black Friday, que ocorrerá em 25 de novembro. É esperado, por exemplo, aumento na venda de móveis e eletrodomésticos (35%); artigos de uso pessoal e eletrônicos (22%); e nos hiper e supermercados (17%).

Diante da demanda, Juliana Fernandes criou linha de roupas inspirada na Copa. (Acervo pessoal)

O segmento de vestuário também deve apresentar crescimento. De olho na tendência, a empresária Juliana Fernandes, dona da marca capixaba de mesmo nome, decidiu lançar uma coleção temática inspirada na competição. “Inclusive, devido à essa alta demanda, nossa marca, que até então era voltada apenas ao público feminino, sentiu-se motivada a desenvolver, também, um modelo de camisa para os rapazes.”

E reforça: “A Copa incentiva bastante a procura por roupas que possam ser usadas para vibrarmos pela Seleção Brasileira, que é uma paixão nacional”.

O vice-presidente presidente da Fecomércio-ES, José Carlos Bergamin, pontua que os impactos da Copa na economia se estendem pelos mais variados segmentos.

“Uma série de atividades é afetada pela emoção do evento. Em alguns casos, é até difícil de mensurar. Até a banquinha de jornal está lucrando, vendendo figurinhas. Criam-se parques para troca de figurinhas, ali já encosta o carrinho de cachorro-quente, e por aí vai, o negócio se estica muito. E como o Brasil, historicamente, tende a ir até as quartas-de-final pelo menos, as empresas investem,  se estruturam, porque é inconcebível que a Seleção não avance até lá.”

Lojas de rua e shoppings

Nesse período, também, os estabelecimentos comerciais tendem a fechar mais cedo ou ajustar o horário de funcionamento em dia de jogos do Brasil. Com isso, conforme aponta a Fecomércio-ES, há uma queda considerável da movimentação de pessoas nas ruas e shoppings.

No entanto, a percepção é de que o consumidor se adapta, antecipando as compras ou retornando após a reabertura das lojas. Assim, eventuais impactos negativos são amenizados.

Móveis, eletrodomésticos e eletrônicos

No Espírito Santo, a expectativa é de que haja aumento de 35% na demanda por móveis e eletrodomésticos em função da Copa. Aparelhos de televisão devem ficar entre os itens mais procurados. “Os estímulos (provocados pelo campeonato) distensionam o ambiente social de tal forma que as pessoas ficam mais propícias a consumir até aquilo que não está será utilizado só no momento da Copa, como uma televisão, um sofá novo, um ventilador”, observa Bergamin.

A procura por eletrônicos, inclusive celulares, também deve aumentar no período, com expectativa de crescimento de 22% nas vendas.

Seleção brasileira chegando ao hotel no Catar, onde foi recepcionada com festa pela torcida brasileira(Vitor Jubini)

Vestuário

A Black Friday também deve alavancar a venda de artigos esportivos, em especial roupas e acessórios. A estimativa é que o segmento de vestuário e calçados tenha uma demanda 21% maior do que no período pré-Copa.

Decoração

Enquanto a aquisição de móveis e eletrodomésticos costuma ser feita de forma antecipada, há um momento secundário, de busca por artigos voltados diretamente para o evento, como artigos temáticos de festa, decoração e similares.

Hiper e supermercados

Bem próximo aos dias das partidas, os torcedores também passam a buscar comidas para acompanhar os jogos. Em território capixaba, a expectativa é que haja aumento de 17% nas vendas de hiper e supermercados durante o campeonato.

Eleições 2020
Bares na Praia do Canto, em Vitória. (Maria Fernanda Conti)

Bares e restaurantes

O setor de serviços também é impulsionado. Além do fornecimento de alimentação para eventos, é esperado um crescimento de movimentação de pessoas em bares e restaurantes, onde se reúnem para assistir aos jogos.

O presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Espírito Santo (Sindbares), Rodrigo Vervloet, pontua que não são todos os estabelecimentos do segmento que contam com espaços para que os consumidores assistam aos jogos, mas frisa que aqueles que estão estruturados para isso tendem a se beneficiar muito do momento.

“Locais que atendem a demanda de pessoas que querem assistir aos jogos têm um crescimento de movimento ainda maior. O final de ano já é um momento de grande procura e neste ano coincidiu com a Copa, então estamos com uma expectativa bastante positiva.”

Agências de viagem

Pelo fato de a Copa ser num país distante, o que torna alto o custo de viagem, agências devem registrar um crescimento pouco expressivo ou um aumento pontual de vendas.

Indústrias

De modo geral, as atividades industriais tendem a ser mantidas durante os jogos. Entretanto, as empresas dependem da demanda do comércio e, aquelas que o atendem, como, por exemplo, a indústria alimentícia e de embalagens, acabam se beneficiando com crescimento de vendas.

Consumo de energia

Com estabelecimentos funcionando em horário reduzido e mais pessoas se reunindo em um mesmo lugar para assistir aos jogos, o consumo de energia também tende a ter quedas pontuais.

Dados compilados pelo Bank of America e divulgados pelo jornal Valor Econômico apontaram que o consumo de eletricidade caiu aproximadamente 20% nos dias úteis em que a Seleção canarinho jogou em 2014 e 2018.

Bancos

Ao passo que os serviços digitais permanecem ativos, há uma redução no horário de atendimento presencial nas agências bancárias. Nesta quinta-feira (17), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que os bancos terão horário especial de funcionamento nos dias de jogos da Seleção Brasileira.

“Os canais digitais e remotos dos bancos, como internet e mobile banking, assim como as salas de autoatendimento, funcionarão normalmente nos dias de jogos do Brasil, seguindo os horários estabelecidos por cada instituição, a seu critério.”

Nos jogos com horário previsto às 12h, o atendimento ao público será das 9h às 11h e das 15h30 às 16h30. Nos jogos com horário previsto às 13h, o atendimento será das 8h30 às 11h30. Já nos dias em que a disputa acontecer às 16h, os bancos atenderão das 9h às 14h.

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