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Os produtos usados mais procurados pelos consumidores capixabas

Os produtos usados mais procurados pelos consumidores capixabas

Levantamento realizado por plataforma de venda de produtos usados na internet revela os artigos que mais são negociados

Publicado em 29 de março de 2024 às 18:11

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
O empresário e músico Marcus Sulti já usou plataformas tanto para vender quanto comprar itens usados
Marcus Sulti já usou plataformas tanto para vender quanto comprar itens usados. (Arquivo pessoal)
Felipe Sena
Repórter / [email protected]

Abrir a caixa de um produto recém-comprado leva a uma sensação muito satisfatória. Até o cheirinho de coisa nova é bom. Só que o preço não anda colaborando muito para que as pessoas possam ter essa experiência. O jeito, então, para não deixar de ter alguns produtos desejados, é recorrer aos usados. 

Um levantamento realizado pela plataforma de compras e vendas online de itens usados OLX mostra que "Para sua Casa", que engloba artigos para a casa, decoração e utensílios do lar, é a categoria com mais vendas de usados entre os consumidores do Espírito Santo. Já celulares e smartphones lideram como os produtos com mais vendas na plataforma.

Os produtos usados mais procurados pelos consumidores capixabas

O empresário Marcus Sulti conta que, movido pela paixão aos solos de guitarra compostos por rock stars dos anos 1980, resolveu ter um novo hobbie. Desde os primeiros acordes, no entanto, se espantou com o preço dos instrumentos novos. Ele, então, resolveu apelar para os usados.

"Acho esse é um problema para todos os guitarristas que estão começando. Mesmo os instrumentos para iniciantes são muito caros. Para quem está no começo, ainda não sabendo se vai se aprofundar naquilo, não parece um investimento que vale a pena", conta.

Um tempo depois, quando começou a evoluir, quis partir para guitarras melhores, com mais recursos. Foi quando se deparou com preços ainda maiores. "Você vai evoluindo e quer ter um instrumento de melhor qualidade", disse.

Também em plataforma de compra e venda na internet, Marcus passou para o outro lado, o de quem vende produtos usados. Ele conta que, nesse processo, até fez alguns amigos.

"Já vendi, comprei e troquei de instrumento. Também já me desfiz de alguns por estar precisando de dinheiro. Por incrível que pareça, a gente acaba conhecendo muita gente bacana, fazendo amizade e trocando experiência", relata Marcus, dizendo que abre o aplicativo até sem ter uma necessidade específica, só para dar uma olhada em busca de bons negócios. 

Abaixo, é possível ver os rankings dos produtos usados mais procurados. A coluna "Share" informa justamente a participação do produto ou categoria entre aos demais. 

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Os usuários percebem o custo-benefício dos artigos de segunda mão

Regina Botter
Diretora Geral da OLX
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Segundo a Diretora Geral da OLX, Regina Botter, os dados mostram tendências de consumo por meio da plataforma com um movimento de maior apreciação de produtos seminovos e usados no mercado brasileiro.

"Os itens para o lar, como móveis, eletrodomésticos e objetos de decoração, são exemplos do quanto usuários percebem o custo-benefício dos artigos de segunda mão. A economia circular beneficia tanto quem compra quanto quem vende”, aponta a executiva.

É seguro comprar itens usados pela internet?

Comprar itens usados na internet ainda gera algumas inseguranças nos consumidores, principalmente relacionadas à qualidade e procedência dos produtos. A plataforma elencou algumas dicas para evitar transtornos:

  • Tire todas as dúvidas pelo chat e canais oficiais das plataformas, evitando levar a conversa para aplicativos de mensagens;
  • Preste atenção na etapa de conclusão da compra e não siga caso identifique alguma atitude suspeita;
  • Não divulgue seus dados pessoais nem seu número de celular;
  • Desconfie de preços ou ofertas muito abaixo do mercado;
  • Verifique na plataforma informações sobre o vendedor, como tempo de conta;
  • Se possível, opte em fazer o pagamento diretamente na plataforma. Assim, é possível contar com as ferramentas de garantia dos sites;
  • Sempre peça a nota fiscal original da compra do item que está negociando. Desta forma, há certeza da legalidade da procedência do produto e, caso ainda esteja na garantia, é possível ter acesso à assistência técnica oficial;
  • No caso de uma compra ou entrega presencial, escolha lugares públicos e movimentados, como praças, shoppings ou estações de metrô. E, se possível, sempre vá acompanhado de outro adulto;
  • As plataformas não solicitam códigos de confirmação ou de segurança. Seja por telefone, e-mail, chat ou aplicativos de mensagens. Se você receber algum contato em nome de alguma delas solicitando qualquer código ou senha, denuncie na plataforma;
  • Elas também não enviam e-mails com anexos ou links que redirecionam para fora da plataforma. Caso você receba alguma comunicação do tipo, não baixe nenhum tipo de documento e não clique nos links.

Economista alerta para procedência e segurança

O economista Ricardo Paixão lembra que uma grande parte da população não tem condições de comprar produtos novos. "Seja porque o orçamento está apertado, a renda média do brasileiro é baixa. Falta condições de comprar produtos não perecíveis, como guarda-roupas e geladeiras, por exemplo, à vista. Comprando um produto novo parcelado, você compromete o orçamento por muito tempo", explica.

Ele atribui o sucesso das vendas de usados justamente à falta de condições para comprar produtos novos. "Essa parte da população até preferiria o produto zerado. Em relação ao celular, por exemplo, há uma sensação satisfatória de comprar na caixa, instalar tudo direitinho. Mas surge aí o efeito substituição, diante da impossibilidade de comprar um celular na loja, com o preço muito elevado", aponta.

Ricardo também faz um alerta principalmente para quem compra produtos usados nas plataformas on-line quanto à necessidade de ter informações sobre a procedência. "É preciso ter cuidado para que a pessoa não esteja fazendo a receptação de um produto oriundo de furto, roubo ou algum outro meio ilícito", avisa.

O economista também adverte quanto ao risco na hora de apresentar o produto para um possível comprador. "Quem compra vai querer ver, testar o produto. O ideal é receber essa pessoa em um local de grade circulação, para não expor sua casa ou condomínio".

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