Dois fatores são fundamentais quando se fala em contágio e propagação de uma doença: o quão exposta a pessoa está e a proximidade de contato que ela tem com os outros. Quem tem empregos que precisam de mais interação social está com maior chance de contrair o novo coronavírus (que provoca a doença Covid-19), do que, por exemplo, quem trabalha de casa.
Caixas de supermercados, operadoras de caixa e entregadores têm risco elevado de contaminação por vírus. Já no caso dos entregadores, muitos não tem cobertura previdenciária e ficam sem direito à licença-médica. Podem ir trabalhar doentes para não perder a renda que é tão necessária.
Em uma escala que vai de 0 a 100, sendo que quanto maior do número mais risco sofre, empregadas domésticas, por exemplo, têm grau 42 em proximidade física e 52 no eixo nível de exposição às doenças. Já os caixas de supermercados e operadores de caixa têm 75 proximidade física e 28 exposição.
Para chegar a esses números, A Gazeta usou como base um levantamento feito pelo jornal americano The New York Times sobre o tema, replicando o cruzamento de dados de profissões com maior exposição e o quanto as pessoas interagem fisicamente com as outras.
As informações são do O*NET, um banco de dados mantido pelo Departamento do Trabalho americano, que descreve vários aspectos físicos de diferentes ocupações os níveis de risco por profissão desempenhada. Ele armazena informações de empregos dos Estados Unidos.
O O*NET atribui dezenas de pontuações a cada ocupação para coisas como a frequência com que um telefone é usado e a frequência com que um trabalho exige que você dobre seu corpo. Com base nelas, calcula qual é a exposição que cada profissão tem às doenças contagiosas.
De acordo com esses dados, profissionais que trabalham na comissão de bordo de cabines ou como atendentes em aeroportos estão em segundo lugar em potencial de contágio por doenças. Eles só têm risco inferior ao dos profissionais de saúde. Como lidam com muitas pessoas de diferentes países, a probabilidade de pegar um vírus, por exemplo, cresce consideravelmente. Já cuidadores de crianças e idosos aparecem na sequência. Assim como motoristas, bombeiros, policiais e professores.
Passando o mouse, ou clicando, em cima das bolhas no gráfico abaixo é possível saber o nome de cada profissão e o grau de risco, que vai de 0 a 100, para exposição às doenças e proximidade física. Ao todo são 577 ocupações em números. Para encontrar uma profissão em especial basta clicar em "All" (todos) no canto esquerdo do gráfico que a lista de cargos aparecerá. Escolha um e ele ficará em destaque na tela.
Dentistas, médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde têm os maiores graus de exposição a doenças. Esses profissionais cuidam de muita gente que, na maioria das vezes, estão doentes ou contaminadas. No entanto, há outros trabalhadores que também correm bastante risco de pegar a nova infecção, entre eles estão professores, motoristas, entregadores, domésticas, caixas de supermercados, comissionários de bordo e funcionários dos aeroportos.
De acordo com o infectologista Lauro Ferreira Pinto Neto, os profissionais de saúde são a linha de frente para o atendimento de pacientes doentes. "Os com riscos mais elevados são os médicos e enfermeiro que atuam na terapia intensiva e na emergência. Eles estão próximos a esses pacientes que estão tossindo e espirando por causa da doença", diz. Esse contato os deixa mais vulneráveis que outros trabalhadores. Na sequência, estão auxiliares de cuidados pessoais e de saúde em casa que trabalham com idosos.
A Infectologista Martina Zanotti complementa que apesar de esse ser o grupo com maior exposição, existem profissionais de outras áreas que também têm risco elevado.
"Temos policiais, bombeiros e entre os que lidam com muitas pessoas e têm um risco maior. Por isso, é importante que todos tomem medidas de proteção. Se estiver doente não vá trabalhar e procure orientação médica. Se for tossir ou espirrar, cubra a boca ou o nariz", lembra.
Quem não pode fazer home office (trabalhar de casa) pode e deve se proteger do coronavírus. Existem várias medidas que são comuns a todas as profissões como: não ir trabalhar se estiver doente, manter as mãos limpas e não ficar em ambientes fechados e/ou sem circulação de ar.
Essas e outras medidas são necessárias para conter o contágio. De acordo com infectologistas, é preciso lembrar ainda que máscaras não devem ser usadas a não ser que a pessoa esteja doente. E, evite sair de casa, principalmente para ir a locais com aglomeração de pessoas. Veja abaixo dicas para se proteger.
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