A pandemia do novo coronavírus se reflete também nos índices do desemprego. No Espírito Santo, 17.881 trabalhadores perderam seus postos de trabalho em abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Economia.
Ao todo, no mês de abril, o Estado registrou 10.288 admissões e 28.169 desligamentos, gerando um saldo negativo de 2,45%. No acumulado do ano, foram admitidas 94.120 pessoas e demitidas 112.942. Do total, 18.822 (-2,57%) trabalhadores não conseguiram voltar para o mercado de trabalho.
Os números anteriores à pandemia mostram que o Estado vivia uma expectativa de retomada, com a abertura de novas vagas. Em janeiro, a perda foi de 192 postos de trabalho, mas em fevereiro houve um saldo positivo de 3.228 vagas, uma variação positiva de 0,44%. A queda começou em março, quando foram iniciadas, na segunda quinzena, medidas de isolamento como o fechamento do comércio. O mês registrou a perda de 3.815 postos de trabalho (variação de -0,52%). No entanto, a queda se acentuou mesmo em abril.
Em abril, o setor mais atingido pela crise foi o comércio, com 5.260 desligamentos, seguido pela indústria de transformação, com 3.369 do total. Apenas o agronegócio registrou saldo positivo nas contratações; foram 347 postos de trabalho abertos.
Os municípios da Grande Vitória foram os que mais registraram demissões no mês de abril. Em Serra e Vitória, 3.424 e 3.195 profissionais perderam emprego, respectivamente.
Em todo o Brasil, 860.503 postos de trabalho, o pior resultado para meses de abril desde o início da série histórica da Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia iniciada em 1992. Com isso, foi a maior demissão registrada para esse mês em 29 anos.
Essa é a primeira divulgação dos dados sobre empregos formais relativos ao ano de 2020. O último índice divulgado pelo governo federal foi o de todo o ano passado que saiu em janeiro deste ano.
Em março, a divulgação do Caged foi suspensa pelo Ministério da Economia porque empresas haviam deixado de enviar informações, principalmente referentes às demissões de trabalhadores formais, o que poderia, segundo a pasta, comprometer a qualidade dos dados. O Ministério pediu que as empresas retificassem e reenviassem as informações.
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