Forçadas a passar mais tempo dentro de casa, devido à pandemia do novo coronavírus, as pessoas também começaram a investir mais nas próprias residências. No mercado, esse cenário se refletiu no crescimento do setor de material de construção e fez dobrar o preço das lajotas, cuja produção é forte no Noroeste do Espírito Santo.
Entrevistado pelo jornalista Fábio Botacin, na CBN Vitória, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção da Grande Vitória (Sindimat), Lésio Romulo Contarini Júnior, explicou que a indústria capixaba de cerâmicos passou por um processo de modernização que terminou logo antes da pandemia, combinando a maior produtividade e a maior procura.
De acordo com ele, esses números devem se manter até o final do mês de dezembro. E embora haja uma perspectiva de queda a partir de 2021, o preço não voltará ao patamar praticado no passado. Acredito que deva cair uns 10%, quando normalizar o mercado e o consumo estiver mais pulverizado entre os setores, apontou.
Depois de não conseguirem praticar reajustes ao longo de oito anos e chegarem a ser suplantados pela indústria do Rio de Janeiro, os fabricantes capixabas têm prevalecido no mercado atual, segundo Lésio. O que beneficia especialmente as regiões do Vale do Canaã e os municípios de Baixo Guandu e Colatina.
Fortemente interligados no setor da construção, a lajota acompanha também o crescimento do cimento no Brasil, cuja venda aumentou cerca de 40% neste ano, se comparado com o anterior. São vários produtos que andam juntos. Se vende mais cimento, também precisa de brita, ferro e areia, esclareceu.
De acordo com o presidente do Sindimat, o auxílio emergencial do Governo Federal foi essencial para esse aquecimento. O principal fator é a ajuda de R$ 600. Para a população, esse valor tem trazido benefícios, como a melhora da casa onde vive e a consequente melhora da qualidade de vida e da saúde, disse.
Além das lajotas que impactam mais diretamente a economia do Espírito Santo, outros produtos vinculados à construção também tiveram a venda aumentada significativamente durante a pandemia. São eles: tintas, acessórios para banheiros, utensílios de cozinha e objetos de decoração, como almofadas.
O incremento fantástico surpreendeu o setor. No início da pandemia, muitas indústrias tiveram que diminuir a produção e houve rupturas nos estoques. Ainda está faltando pisos, luminárias e pequenos acessórios, que são importados. Além daquela lata de tinta pequena, de ¼, revelou Lésio.
Ainda assim, apesar do cenário inesperado e das respectivas consequências no desabastecimento, só há o que comemorar. Diante de tantos setores que foram atingidos negativamente, é algo para levantarmos as mãos para o céu e lutar para não perder essa onda de bonança, afirmou.
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