Com uma fala em defesa das privatizações para alavancar a realização de investimentos nos Estados e no país, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), esteve em Vitória na noite desta sexta-feira (10) participando do 11° Fórum Liberdade e Democracia, realizado pelo Instituto Líderes do Amanhã. Leite participou do painel "Estados em Ação", ao lado do vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço (MDB).
Para Eduardo Leite, cinco privatizações realizadas por ele nos últimos anos — ele está no segundo mandato — ajudaram o Rio Grande do Sul a sair de uma situação de crise, com dívidas e salários atrasados, devolvendo ao Estado a capacidade de fazer investimento com recursos próprios.
No Estado do Sul foram privatizadas a geradora, distribuidora e transmissora de energia e também a de gás. E ainda a companhia de saneamento. Num total, ressaltou que as vendas resultaram em R$ 45 bilhões em investimentos contratados. E as receitas, segundo Leite, são direcionadas para estradas e logística.
"Não acredito em um Estado empreendedor. O papel do Estado é estabelecer as regras. Faz o contrato e fiscaliza, mas não opera, porque na operação a gente não tem observado a capacidade do Estado. Empreendendo o Estado é um desastre", opina.
O próximo passo nesse sentido, de acordo com o governador do Rio Grande do Sul, é continuar uma série de projetos de concessões, agora na área de educação, saúde e saneamento.
"Nós temos 100 escolas que vamos fazer a concessão para o setor privado e essas escolas foram escolhidas não por critério político, mas por critério técnico. Observamos as localidades de maior vulnerabilidade social nos 23 municípios que respondem pela maior parte da criminalidade. A parceria com o setor privado vai nos dar garantia de manutenção adequada nessas localidades para termos as melhores escolas", afirma.
O governador destacou ainda que acredita as privatizações que realiza, bem como as reformas administrativas para maior eficiência da máquina pública, devem ser o seu legado na política. "Acho que é tão importante avançar em privatizações e em reformas porque é o que realmente fica e vai ajudar o Estado a poder manter um curso e uma direção", frisa.
Sobre o cenário nacional, demonstrou preocupação na velocidade do crescimento. Para ele, na velocidade que o mundo está se transformando, exige que o país faça movimentos mais disruptivos, avançando na educação e na formação de mão de obra. "A palavra de ordem para mim é produtividade. Se o país não for capaz de produzir mais rapidamente, vamos desacelerar rapidamente o bônus demográfico", destaca.
Na abertura do painel, o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) falou sobre as últimas duas décadas do Estado, que se reergueu após ter sido dominado pelo crime organizado. "Tivemos nesse período apenas dois governadores, que foram aliados, e depois adversários, mas que mantinham os mesmos conceitos, princípios e valores. Isso nos fez ao longo dos anos ter dívida negativa e também ter capacidade de investir 19% da Receita Corrente Líquida", destaca.
Tudo isso resultou, segundo ele, em um Estado organizado e nota A no Tesouro Nacional nos últimos 12 anos. E que conta ainda com o Fundo Soberano.
Sobre os desafios a serem enfrentados com a reforma tributária, por ser um Estado com população menor, Ferraço diz que o Espírito Santo está organizado e pronto para viver o novo ciclo sem a longevidade dos incentivos fiscais. "Não temos uma grande massa de consumo. Precisamos desenvolver outras expertises para continuar crescendo", pontua.
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