Para tentar conter a crescente escalada da inflação no país, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic nesta quarta-feira (27) em 1,5 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros do Brasil passa de 6,25% ao ano para 7,75%. Trata-se do maior patamar da Selic desde junho de 2019, antes da pandemia do coronavírus.
A alta foi superior à que era sinalizada pela autoridade monetária na reunião anterior, de 1 ponto percentual, mas já era esperada pelo mercado financeiro. Esse é o sexto aumento consecutivo dos juros. Com a decisão desta quarta, o BC mantém o ritmo do ciclo de aperto monetário.
A última vez que o Copom tinha aumentado a Selic em mais de 1 ponto porcentual foi em dezembro de 2002, quando a taxa passou de 22% para 25% ao ano.
A principal justificativa do Copom é a contenção da inflação. Desde o fim do ano passado, os preços no país sobem em escalada, inicialmente puxada por alimentos e depois por combustíveis e energia.
Com a decisão de hoje, a Selic está no maior patamar desde outubro de 2017, quando estava em um ciclo de afrouxamento após alcançar 14,25% em meio à crise de 2015 e 2016. É, portanto, o maior nível dos juros básicos da economia do governo Bolsonaro. Quando o presidente chegou ao poder, a taxa Selic estava em 6,50%.
No acumulado do ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial de inflação do país, está em 6,90%, bem acima do teto da meta de inflação para o ano, que é de 5,25%.
A taxa é usada pelo Banco Central como ferramenta para controlar a inflação, já que a alta ou a queda dos juros influencia o consumo das famílias e a tomada de crédito no país.
Em linhas gerais, quando a inflação está alta, aumentam-se os juros para reduzir o consumo e forçar uma queda nos preços. Quando a inflação está muito baixa, o Banco Central reduz a Selic para estimular o consumo.
A Selic é a taxa de juros básica do Brasil, ou seja, é a referência usada para o pagamento da dívida pública pelo governo. Ela também influencia as demais taxas de juros dos bancos e altera a rentabilidade de algumas aplicações financeiras como a poupança e outros investimentos mais conservadores.
Para a próxima reunião, o Copom já antevê outro ajuste da mesma magnitude. "O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e 2023", diz comunicado do Comitê.
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