A situação é a mesma todos os meses: as contas não param de chegar, você quer um calçado novo, uma blusinha, ou um momento de lazer com a família. Ajusta aqui e ali, mas não sobra dinheiro. Falta mês no final do seu salário? Para ajudar você a fazer as pazes com o seu dinheiro, A Gazeta conversou com especialistas e reuniu dicas de ouro que vão te ajudar a reduzir os gastos e economizar.
Segundo especialistas, há formas de controlar o impulso por gastar. E umas das táticas pode ser grudar a foto dos filhos no cartão de crédito e mesmo andar com nota grande na carteira. A sugestão foi colocada pelo professor de Finanças Pessoais Alexandre Cabral, do Ibmec, em suas redes sociais.
Mas outros especialistas, como o economista e professor universitário Antonio Marcus Machado e o planejador financeiro Renan Lima, listam mais dicas para ajudar você a se organizar financeiramente.
"É conciliar o ócio com o trabalho. Não existe outra forma de economizar que não seja trabalhando. É o trabalho que te dá renda. Trabalhar para economizar, dar valor ao seu dinheiro. É dar atenção ao que é útil, ao que você usa de verdade. Se você quer um celular novo, por exemplo, será que precisa ser um Iphone? O que tem naquele celular que você vai usar? É a câmera? Você faz muitas fotos? É o espaço para armazenar as coisas? É avaliar muito bem antes de comprar", afirma Antonio Marcus.
Já o educador financeiro, Renan Lima, lembra que ter um planejamento é fundamental: "Orçamento é definir para onde o seu dinheiro deve ir. Como na empresa, isso vale para a nossa casa. É preciso ter planejamento, definir quanto você vai gastar com cada coisa. Com isso você passa a saber com clareza para onde o seu dinheiro está indo."
O ideal é sempre pagar com dinheiro vivo e se você tiver notas maiores, melhor ainda. A nota grande faz com que gastar gere um dor para você. É a chamada de dor de pagamento. Ter que trocar uma nota de R$ 50, por exemplo, para pagar alguma coisa, vai te doer mais do que gastar as moedas. É uma alternativa para pensar muito bem no que você vai fazer com aquele dinheiro.
Para quanto mais próximo você trouxer o seu orçamento, melhor. O ideal é começar com um planejamento semanal e depois, se quiser, pode aumentar o tempo para um planejamento mensal ou trimestral. É definir quanto você vai gastar com cada coisa.
Um vez definido o seu planejamento, vale separar as quantias de cada coisa em envelopes. Um envelope para o dinheiro destinado ao supermercado, outro para o dinheiro que você poderá gastar com transporte naquela semana, e assim por diante.
O cartão de crédito nunca deve ter um limite maior do que o seu salário. Imagine voltar em um tempo em que não existia cartão de crédito, no final do dia ou de uma semana você teria gasto todo o seu dinheiro. Se o cartão tem um limite maior que o seu salário, vai chegar uma hora que a linha vai ser ultrapassada e você passará a gastar um dinheiro que não é seu, pode entrar no rotativo e adquirir dívidas. Para gastar menos, vale até colocar a foto do filho no cartão.
Quando for fazer um passeio no shopping, por exemplo, deixe a carteira com dinheiro e cartões no carro. Assim você roda o shopping inteiro, entra nas lojas, olha o que te interessa e se optar por comprar alguma coisa terá que voltar no carro para pegar a carteira. Esse é o tempo que você terá para refletir sobre a compra que quer fazer. Se for algo realmente importante, necessário, você vai até o carro e voltará com a carteira para comprar. Se não for algo útil, a tendência é que você tenha preguiça de voltar e acabe indo para casa.
Para quem costuma comprar na internet, um dica é desabilitar a função "compre com um clique" que é oferecida por alguns sites. Essa ferramenta pode ser uma armadilha para muita gente, porque facilita o processo de compra e pode fazer você gastar sem pensar.
A conta de energia é uma das coisas de maior impacto no orçamento doméstico. Pequenas atitudes podem ajudar você a reduzir esta conta: usar abajur, por exemplo, que é muito comum em outros países, quando ler um livro ou algo semelhante. Em geral queremos iluminar o ambiente todo, com lâmpadas fortes. Você consome menos iluminando só o que você precisa (com o abajur), do que iluminando toda a sala. Escolher cores claras para pintar as paredes, que refletem mais luz também ajuda na economia da conta de energia, além de reduzir o tempo do banho, e o tempo de utilização de itens como ferro, torradeira, air fryer.
Isso pode parecer uma dica de saúde, mas comer bem também faz bem pro seu bolso. Na hora de fazer a compra de supermercado é preciso saber exatamente o que comprar. Não é gastar muito, é gastar bem. Evitar comprar muita coisa que é cara e não faz bema saúde, como doces e gordura: vai de requeijão à sobremesa. Compra de supermercado tem que ser sem exageros porque impacta demais no orçamento doméstico. O mesmo vale para os aplicativos de comida: evite sair para comer ou pedir comida em casa.
Procurar ir ao supermercado, padaria, casa do amigo, ou para o próprio trabalho - para quem mora perto -, a pé, ou de bicicleta. Quando for necessário usar um carro, vale tentar a carona com um amigo para dividir os gastos do combustível.
Nada é de graça, não existe almoço grátis. A partir de 5, 6 anos, mostre ao seu filho a conta de energia, compare os preços no supermercado. Tudo de forma lúdica. Não é aprender matemática, é aprender preço e valor. Preço é o que você paga, valor é o que você recebe. As vezes você paga caro em alguma coisa, mas aquilo não dá retorno nenhum. É ensinar seu filho a gastar bem o dinheiro.
Temos sorte de morar em um país que fornece opções de lazer gratuito. Nosso clima é tropical, a gente não precisa comprar lazer. É valorizar o que a gente tem: praia, parques, cachoeiras. Outra opção é reunir os amigos em casa, com cada um contribuindo com um pouco. Sem essa de ter vergonha de pedir para o amigo levar um prato ou uma bebida. Cada um leva uma coisa e todo mundo lava a louça no final. Não tem que ter vergonha de pedir para as pessoas colaborarem.
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