Após quase uma semana de paralisação dos caminhoneiros, a operação do Porto de Vitória já está sendo afetada. O movimento grevista, segundo a categoria, é resultado do descumprimento do reajuste de 26%, previsto para o início do mês, após acordo coletivo. O dissídio dos transportadores autônomos é no dia 1º de maio de cada ano, data em que se prevê o pagamento do que é definido entre trabalhadores e empregadores.
Em nota, a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) informa que suas "operações estão seriamente impactadas desde o início da paralisação, notadamente a movimentação de contêineres e granéis sólidos, que representam 80% da movimentação do porto."
A Log-In, que opera Terminal Portuário de Vila Velha (TVV), informou que a greve fez com que nenhuma carga conseguisse chegar ou sair. Segundo a empresa, desde a quarta-feira (11) foi registrada retenção no pátio de aproximadamente 2.000 contêineres de importação descarregados, entre vazios e cheios.
Já na exportação, segundo a operadora, o TVV deixou de receber aproximadamente 1.000 contêineres. "Tivemos corte de carga para embarque no navio Log-In Pantanal e no momento temos o navio Log-In Resiliente aguardando na barra para atracação, sem que a sua carga tenha sido recepcionadas no terminal", informou.
Se a greve persistir ao longo da semana, a Log-In projeta impacto de 3.200 contêineres de importação e 3.600 contêineres de exportação.
Os caminhoneiros iniciaram o protesto na última quarta-feira (11). Álvaro Luiz Ferreira, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos no Espírito Santo (Sindicam), diz que a paralisação começou após constatarem que empresas não cumpriram o acordo do reajuste dos insumos da categoria, que chegou a 26%, considerando a inflação do período, mais ganho real e o "gatilho", um percentual adicional devido aos constantes aumentos no valor do diesel. Ferreira conta que cerca de 30 transportadoras assinaram o acordo, porém de 30 a 40 ainda não.
Apesar de o movimento ter sido deflagrado no dia seguinte a mais um aumento do diesel, o presidente do Sindicam assegura que a paralisação não tem relação direta com o preço do combustível, embora faça parte da composição do índice de reajuste da categoria. Ferreira afirma que as negociações com as empresas começaram dois meses antes da data-base do dissídio, 1º de maio, e o início da greve logo depois da elevação do valor do diesel foi coincidência.
A Federação das Empresas de Transportes do Espírito Santo (Fetransportes) foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre a paralisação e o acordo coletivo. Assim que a entidade apresentar seu posicionamento, o texto será atualizado.
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