A Defesa Civil informou por nota, após a publicação desta matéria, que a caixa-d'água na Serra passou por uma avaliação inicial nesta manhã e que a estrutura não apresenta risco iminente de desabamento. Este texto, que tinha o título "Perícia vai avaliar se torre-d'água tem risco de desabar na Serra", foi atualizado para trazer informações mais recentes sobre o caso.
Após análise realizada pela Defesa Civil municipal na manhã desta quarta-feira (17), ficou constatado que a caixa-d’água do condomínio Top Life, de São Diogo, na Serra, que apresentou um amassado na parte lateral na tarde de terça-feira (16), não apresenta risco iminente de queda. Apesar disso, o órgão orientou a contratação de um profissional de topografia para analisar a estrutura.
“Está prevista para hoje a realização de uma perícia no local, trabalho que será acompanhado pela Defesa Civil da Serra. Após a perícia, que será realizada por um profissional contratado pela empresa responsável pela construção do condomínio, será possível ter mais informações a respeito dos danos estruturais e das medidas necessárias para os reparos”, completou.
A MRV, empresa responsável pela construção do condomínio, informou nesta manhã que um perito já foi contratado pela empresa e fará a análise nos próximos dias para orientar o condomínio quanto aos possíveis reparos no castelo d’agua do empreendimento. “A empresa reitera que a manutenção que estava sendo realizada no local foi contratada pelo condomínio e não foi realizada pela construtora.”
A caixa-d'água está localizada próximo ao bloco 5 do condomínio, além de estar perto da área de lazer e de frente para outros dois blocos do condomínio vizinho. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES), que também está no local nesta quarta, isolou o entorno em um raio de 50 metros para que fosse realizada uma inspeção.
"Com essa primeira inspeção visual nós vamos verificar se existe o risco, vamos fazer também a fiscalização fiscal e técnica. O Crea está levantando quais são as empresas envolvidas na construção do reservatório, quem contratou, quem é o fabricante, quem instalou, se tem manutenção, se foi feita e quem fez a manutenção, se tudo foi feito com responsáveis técnicos. Não posso afirmar ainda como foi a engenharia de construção, se tem, por exemplo, reforço interno", comentou o engenheiro do Crea, Giuliano Battisti.
O problema assusta os moradores porque o condomínio é novo, passou a ser habitado em 2016. Apesar disso, Battisti esclarece que a vida útil de qualquer equipamento depende de muitos fatores, entre eles a manutenção.
"Tudo depende da manutenção. Um reservatório, uma peça de aço, depende da manutenção, da construção, do revestimento contra corrosão. Tudo isso compõe a vida útil de um determinado equipamento", explicou o engenheiro do Crea.
Na tarde de terça-feira (16), moradores repararam que a estrutura que armazena a água dos condôminos ficou danificada e decidiram sair do prédio por precaução, temendo que a situação se tornasse parecida com a do Residencial São Roque, em Cariacica, onde uma pessoa acabou morrendo, em dezembro passado, após o desabamento de duas torres-d’água.
Uma moradora de um dos prédios, que foi entregue em 2016, prefere não se identificar, mas diz que o problema começou a ficar perceptível por volta das 14h30 desta terça (16) e que uma obra recente pode ter desencadeado o "amassado" que se vê nas imagens.
"Recentemente, depois de muitas reclamações de a água estar muito quente, uma empresa veio para fazer umas aberturas como se fossem janelinhas em alguns pontos do castelo-d'água. Estão dizendo que é numa janelinha dessa que começou o problema", relatou.
Segundo a moradora, desde o início da tarde começou a acionar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, porque todos os vizinhos ficaram com medo de a estrutura ceder. "A caixa-d'água fica exatamente em frente ao bloco 5 e próximo do 6. Também tem garagem ali e a área de lazer com piscina, então todo mundo saiu desses lugares quando percebemos o amassado.”
O episódio envolvendo o condomínio em São Diogo, na Serra, onde uma área foi isolada nesta terça-feira (16) por recomendação da Defesa Civil da cidade após a caixa d’água do prédio ficar com parte da lateral aparentemente amassada, é apenas o mais recente de uma série de problemas alarmantes envolvendo condomínios no Estado.
O temor dos moradores era de que a situação se transformasse em outra como a registrada no Residencial São Roque, no bairro Padre Gabriel, em Cariacica, em dezembro passado, quando duas torres-d'água desabaram, deixando dezenas de famílias desalojadas e matando uma pessoa. O residencial, que pertence ao programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, havia sido inaugurado apenas duas semanas antes.
Em janeiro, moradores dos edifício Santos II, no bairro Nova Itaparica, em Vila Velha, acordaram de madrugada com um estrondo provocado pelo colapso parcial de dois pilares de sustentação do prédio. Segundo a prefeitura, o prédio, construído por uma empresa privada, não tinha a documentação correta.
Em fevereiro, a estrutura da área de festa do Residencial Otílio Roncetti no bairro Gilson Carone, em Cachoeiro de Itapemirim, desabou durante uma chuva. Neste caso, ninguém ficou ferido.
Na noite da última quinta-feira (11), moradores de 16 apartamentos do bloco 13 do condomínio Residencial Vila Velha, em Jabaeté, tiveram que deixar seus lares por medo de que a estrutura desabasse. Segundo a síndica Mirian de Freitas, foram constatadas rachaduras em pelo menos três apartamentos do condomínio entregue em 2016 pelo programa Minha Casa Minha Vida. O local permanecerá interditado até que haja garantias de que é seguro.
Em todos esses casos - e em tantos outros listados abaixo - o sonho da casa própria virou dor de cabeça. Para agravar ainda mais a situação, a maioria das ocorrências foram registradas em imóveis do programa habitacional federal ou em outros também ocupados por morados de baixa renda.
Com informações da TV Gazeta.
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