Nos próximos cinco anos, a Petrobras planeja investir R$ 35 bilhões em projetos no Espírito Santo. O planejamento da estatal também prevê a interligação de quase o dobro de poços de petróleo, o que vai fazer a produção saltar dos atuais 225 mil a 250 mil barris de óleo por dia para mais de 400 mil barris ao dia nas unidades gerenciadas pela gerência capixaba.
As informações são do gerente geral da unidade de negócios do Espírito Santo, Guilherme Sargenti, que apresentou o plano de negócios da Petrobras de 2025 a 2029, ao lado do vice-presidente da RedePetro, Rafaele Cé, a empresários do setor de óleo e gás na manhã desta quarta-feira (26) no auditório do Edifício Vitória da Petrobras, na Reta da Penha.
Três grandes projetos estão no plano da Petrobras para os próximos anos, incluindo novas unidades de produção como a FPSO Maria Quitéria, no Parque das Baleias, no Sul do Estado – que adiantou a produção no fim de 2024 –, o projeto Raia, em parceria com a Equinor, e ainda a revitalização de Albacora, depois de 2030. Esses dois últimos projetos são localizados no Norte do Rio de Janeiro, mas são gerenciados pela unidade Espírito Santo.
Os investimentos da Petrobras no Espírito Santo também abrem oportunidade para fornecedores locais. Só em 2024, foram 550 empresas contratadas no Espírito Santo, que receberam R$ 2,32 bilhões da estatal. Para os próximos anos, estão previstos R$ 5,24 bilhões em contratos com empresas capixabas.
Os novos projetos também vão estimular a geração de empregos. Sargenti estima em torno de 3.500 oportunidades de trabalho na cadeia do petróleo envolvendo os projetos da Petrobras. Atualmente, 9.800 pessoas estão envolvidas na unidade do Espírito Santo, sendo 7.500 contratados e 2.279 empregados.
Como são trabalhos muito técnicos e especializados, ele afirma que já estão em conversas com empresários, Senai, institutos federais e universidades federais para formar a mão de obra que será necessária para esses investimentos.
"Esses R$ 35 bilhões que a gente estima serem investidos é um número bastante arrojado e sabemos que o Estado precisa se preparar para comportar esse nível de investimento, seja na indústria naval, nas áreas de manutenção, reparo, construções e serviços, pois temos grandes áreas de suporte em toda a operação. Quando fala em plataforma de petróleo, a gente está muito acostumado a falar da parte técnica, mas é preciso lembrar que, desde a logística, da chegada do empregado a um aeroporto, até a parte aeronáutica, desse colaborador poder embarcar, todo o suprimento, a alimentação, hotelaria, tudo isso gera uma cadeia muito grande de impacto que a gente espera que seja muito positivo para trazer mais empregos para o Espírito Santo", lembra.
No geral, para os próximos anos está prevista a interligação de 76 novos poços nas áreas no Espírito Santo. Atualmente, são 86 poços. Só na região do Parque das Baleias, onde estão a FPSO Maria Quitéria e a P-58 serão 24 novos poços. A intenção da companhia é que a FPSO, que teve o primeiro óleo em outubro de 2024, atinja o ápice da produção em 2026.
"Em 15 anos, fizemos 86 poços e, nos próximos 5 anos, vamos praticamente dobrar, passando a ter 76 novos poços interligados aos ativos que temos. Estamos confiantes de que isso será feito e vamos dobrar a quantidade de poços produtores e injetores na unidade do Espírito Santo", ressalta Sargenti.
Segundo ele, os 24 novos poços instalados dentro do Parque das Baleias estão entre os projetos mais relevantes para o Espírito Santo porque abrange a costa do Estado e vai aumentar significativamente a produção da P-58 e da Maria Quitéria. Na P-58, serão 8 novos poços interligados, sendo 3 injetores e 5 produtores. Na FPSO Maria Quitéria, serão 7 injetores e 9 produtores.
"Para que os 24 novos poços entrem em operação serão praticamente 200 quilômetros de dutos novos e outros 200 quilômetros de dutos reaproveitados. Esses mais de 400 km de linhas subterrâneas sendo remanejadas no Espírito Santo dão um panorama da complexidade do projeto no Parque das Baleias", conta.
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