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Petrobras adia chegada de novo navio-plataforma em Jubarte, Litoral Sul do ES

Petrobras adia chegada de novo navio-plataforma em Jubarte, Litoral Sul do ES

Projeto Integrado Parque das Baleias estava previsto para 2023. Atraso vai acontecer como consequência do cenário econômico causado pela pandemia

Publicado em 16 de outubro de 2020 às 12:04

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FPSO Capixaba, da Petrobras, que produz e armazena petróleo no campo de Cachalote, no Parque das Baleias
FPSO Capixaba, da Petrobras, que produz e armazena petróleo no campo de Cachalote, no Parque das Baleias. (Agência Petrobras)

Um dos projetos mais esperados para o Espírito Santo na área de petróleo e gás será adiado pela terceira vez. A Petrobras decidiu jogar para 2024 o início da operação do Integrado Parque das Baleias, novo navio-plataforma que iria ampliar a produção em Novo Jubarte, no Litoral Sul do Espírito Santo.

O projeto de aproximadamente R$ 5 bilhões estava com data prevista para retirar o primeiro óleo em 2023, mas as condições econômicas causadas pela crise do novo coronavírus levaram a petroleira a retardar o início da atividade.

Em comunicado ao mercado, a Petrobras disse que "frente ao contexto econômico do cenário da Covid-19, postergou em cerca de um ano o Projeto Integrado do Parque das Baleias, ficando o início de operação e primeiro óleo para 2024, porém preservando o escopo do projeto que prevê o remanejamento de poços entre plataformas em operação no ano de 2022".

Petrobras adia chegada de novo navio-plataforma em Jubarte, Litoral Sul do ES

Com a decisão, a Petrobras cancelou a licitação de afretamento de plataforma para atender o projeto e autorizou o início de um novo processo licitatório.

A partir da chegada do novo navio-plataforma, ocorreria a desmobilização da FPSO Capixaba, que atua em 7 poços. A ideia é que a nova embarcação assuma, além desses pontos, outros quatro, totalizando 11, sendo 7 produtores e quatro injetores. O navio será interligado ainda a outras plataformas em operação, como a P-58, a P-57 e a Cidade de Anchieta. Ao todo, o campo terá 25 poços em atividade simultânea.

O empreendimento, que deve produzir 100 mil barris de óleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás, quando estiver em fase de instalação e de operação terá papel fundamental para abrir oportunidades para a cadeia de fornecedores do Estado, principalmente para empresas como o Estaleiro Jurong e Imetame.

O descomissionamento da FPSO Capixaba também traria chances de negócios para empresas que trabalham com a desmobilização de plataformas.

TERCEIRO ADIAMENTO E IMPACTO FISCAL

Projeto Integrado Parque das Baleias, em Novo Jubarte, Litoral Sul do ES
Projeto Integrado Parque das Baleias, em Novo Jubarte, Litoral Sul do ES. (Petrobras/Reprodução)

A princípio, a Petrobras previa iniciar a operação da FPSO, que será afretada pela companhia, em 2021, mas, em 2018, a estatal postergou para 2022. A petroleira explicou que a mudança no prazo foi necessária para que todas as condições para o investimento fossem atendidas antes da aprovação definitiva do projeto.

Ano passado, conforme mostrou a colunista Beatriz Seixas, o empreendimento foi novamente adiado para 2023. Agora com a crise do coronavírus a empresa decidiu mais uma vez pausar o projeto.

Em dezembro de 2019, a Petrobras, ao detalhar seu plano de negócios, trouxe uma nova data para a instalação do Integrado Parques das Baleias. Previa que até 2023 o investimento bilionário estaria com instalações submarinas prontas e também com a embarcação operando a pleno vapor, o que iria inflar os cofres do Espírito Santo, não apenas com royalties, mas com participações especiais, recurso pago quando há uma grande produção de petróleo.

No ano passado, o governo estadual, a petroleira e Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) assinaram um acordo histórico para considerar os oito campos do Litoral Sul, entre Anchieta e Presidente Kennedy, uma única área produtora. A mudança teve grande repercussão financeira ao Estado, pois, além de colocar fim ao impasse, a nova regra permitiria ao Espírito Santo receber R$ 10 bilhões, parte retroativo e parte por causa da atividade nos próximos anos.

Mas a crise do coronavírus fez com que a Petrobras neste ano parasse, por um tempo, uma das plataformas, a Capixaba, devido a casos de Covid-18 entre a população embarcada. A nova doença, aliás, mexeu com o mercado mundial da commodity. Com o choque de preço, que derrubou o valor de venda do barril, a extração de óleo e gás ficou cara, levando a petroleira a reduzir sua produção, inclusive em Jubarte.

Só neste ano, o Espírito Santo esperava arrecadar mais de R$ 2,2 bilhões em royalties e participações especiais. A expectativa foi frustrada pela tempestade perfeita, que juntou a Covid-19 com uma rixa entre os países produtores, apelidada de guerra do preço do petróleo, levando à desvalorização do óleo brent no mercado.

Com a chegada da nova plataforma, o Estado teria oportunidade de aumentar a receita. Agora, com a crise e mais esse adiamento da instalação, a perspectiva de aumentar os ganhos vai também ser adiada.

Com informações da Agência Petrobras, Beatriz Seixas e Mikaella Campos.

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