Aguardada para contribuir no aumento da produção de barris de petróleo e alavancar a economia do Espírito Santo, o início das operações do navio-plataforma Maria Quitéria foi adiado mais uma vez.
O mais aguardado investimento do setor de petróleo e gás no Estado estava previsto para o quarto trimestre de 2024, mas a Petrobras revisou o cronograma, marcando o início das operações do Integrado Parque das Baleias para 2025.
A capacidade da FPSO — Floating Production Storage and Offloading, que em português significa Unidade Flutuante de Armazenamento e Transferência) — Maria Quitéria é de extrair 100 mil barris de petróleo por dia e 5 milhões de metros cúbicos de gás por dia quando estiver em operação. Ela ficará localizada no Campo de Jubarte, no pré-sal, na costa do Espírito Santo, a 76 km de Pontal de Ubu, no município de Anchieta.
Nesta semana, a Petrobras anunciou, durante a Mec Show, que o navio-plataforma será o primeiro totalmente elétrico da companhia. A tecnologia colaborará para redução da emissão de gases do efeito estufa.
Com a nova data, o projeto sofre o seu quarto adiamento do início da operação do Integrado Parque das Baleias, projeto de R$ 5,6 bilhões. Em 2020, a Petrobras adiou pela terceira vez o empreendimento, à época para 2024, com a justificativa do cenário econômico causado pela pandemia da Covid-19.
Segundo a Petrobras, mesmo com o adiamento, não são esperados impactos nas suas metas de produção de óleo e gás natural divulgadas, “considerando o portfólio consolidado de ativos e projetos da companhia”. Também foi revisado o cronograma dos projetos em Búzios, no pré-sal da Bahia de Santos. A Petrobras não esclareceu os motivos do adiamento dos projetos.
A revisão da data foi anunciada em abril, após a Petrobras receber ofício do Ministério das Minas e Energia solicitando informações da companhia para subsidiar a Casa Civil na elaboração do novo Programa de Aceleração do Crescimento.
O projeto prevê a interligação de 17 poços ao FPSO, sendo nove produtores de óleo, oito injetores de água, por meio de infraestrutura submarina composta por dutos flexíveis, umbilicais eletro-hidráulicos e as chamadas árvores de natal molhadas.
Para tirar do papel a FPSO Maria Quitéria, a Petrobras assinou contrato em 2022 com o grupo asiático Yinson Productional PTE para afretamento e prestação de serviços da plataforma. A empresa, com sede na Malásia, é a sexta maior do mundo no mercado de locação de plataformas. Cabe a Yinson a contratação da construção da plataforma.
Na última segunda-feira (7), a companhia asiática informou ao mercado que assegurou empréstimo de US$ 230 milhões (R$ 1,1 bilhão) junto à Global Infrastructure Partners (GIP) para o desenvolvido da FPSO Maria Quitéria.
Segundo a Yinson, até junho de 2023, a construção do FPSO Maria Quitéria atingiu quase 70% de conclusão, em conformidade com o cronograma do projeto, o que possibilitaria, segundo a asiática, iniciar as operações no segundo semestre de 2024.
A princípio, a Petrobras previa iniciar a operação da FPSO em 2021, mas, em 2018, a estatal postergou para 2022. A petroleira explicou que a mudança no prazo foi necessária para que todas as condições para o investimento fossem atendidas antes da aprovação definitiva do projeto. Em 2019, o empreendimento foi novamente adiado para 2023. Em 2020, jogou para 2024 o início das operações do navio-plataforma.
O navio-plataforma está nos planos da companhia estatal desde 2014, quando foi iniciada a atividade da plataforma P-58, atualmente a principal produtora do Estado.
Quando a embarcação operar a pleno vapor, a previsão é de inflar os cofres do Espírito Santo não apenas com royalties, mas com participações especiais, recurso pago quando há uma grande produção de petróleo.
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