Foi firmado um acordo entre a Vale e a Petrobras, mediado pelo governo do Espírito Santo, para garantir que a petroleira continue operando o píer de barcaças do Porto de Tubarão por mais 6 meses. A Petrobras usa o local para o fornecimento de combustível de navegação (bunker) para navios nos portos de Vitória. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (23) pelo governador Renato Casagrande, após uma reunião com executivos da estatal, e confirmada pela Vale.
A colunista Beatriz Seixas já havia antecipado que havia negociação para manter a operação da Transpetro (subsidiária da Petrobras) no local por mais 180 dias. O contrato da petroleira venceria no dia 22 de novembro e, conforme A Gazeta noticiou em primeira mão em setembro, não seria renovado pela Vale, proprietária do Porto de Tubarão. O Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-ES) estimava que mais de 100 trabalhadores poderiam ser demitidos com o fim das operações no Estado.
Com o acordo, a Petrobras ficará no local até maio de 2021 e vai usar esse prazo para, segundo o governador, buscar outros locais onde possa executar o serviço no Estado, inclusive buscando outras alternativas junto à Companhias Docas do Espírito Santo (Codesa). Uma das possibilidades, como a colunista Beatriz Seixas mostrou em primeira mão, é que a operação de abastecimento de bunker da Petrobras seja transferida para áreas dos portos de Vitória e de Vila Velha.
A Vale confirmou que vai prorrogar o contrato para carregamento de bunker no Porto de Tubarão até maio de 2021 "para contribuir com a busca de outras alternativas logísticas". A empresa lembrou que o prazo para a permanência da Petrobras já havia vencido em 2019 e sido estendido por um ano justamente por esse objetivo.
O diretor de Comunicação do Sindipetro-ES, Etory Sperandio, comemorou o acordo e lembrou que o sindicato havia levado essa preocupação ao governador há pouco mais de um mês. "É uma grande conquista para os petroleiros. Só naquele terminal seriam mais de 100 desempregados, ainda mais em um período de pandemia. Tivemos a primeira vitória, que ainda não é completa, e esperamos um bom desfecho e uma solução definitiva para permanência da Transpetro como fornecedora de bunker no Estado".
Em transmissão ao vivo nas redes sociais ao lado de representantes da Petrobras, o Renato Casagrande disse, com a concordância dos executivos, que a intenção da petroleira é continuar fazendo a operação de bunker no Espírito Santo e que buscará outras alternativas para isso.
"Nesse tempo, a Petrobras vai analisar outras alternativas, porque a Vale está com dificuldades de manter esse abastecimento na área dela. Mas a Petrobras, agora, tem um tempo para buscar outras alternativas até maio de 2021, e nós vamos ajudar aqui, junto com a Codesa, que está aberta para buscar outras alternativas", afirmou o governador.
Conforme revelou a colunista Beatriz Seixas, a informação que circula nos bastidores é que a mineradora não tem interesse de continuar tendo a Petrobras como cliente pelo fato de a operação da estatal não ser realizada nos moldes desejados pela Vale. "As condições não são ideais. E há um receio de que, se houver qualquer problema operacional, isso acabe recaindo sobre a Vale", contou uma fonte para a jornalista.
Embora o abastecimento de bunker no Estado seja baixo - apenas 18% dos navios que atracam no Espírito Santo abastecem aqui -, Casagrande lembrou que garantir a oferta de bunker nos nossos portos traz inúmeros benefícios, como na arrecadação pública e na manutenção de empregos, além de estimular que o Estado se torne um hub de cabotagem (transporte marítimo entre portos de um mesmo país).
"É uma conquista porque preserva empregos e porque nós queremos nos transformar num hub de cabotagem. Fizemos a redução do ICMS do combustível de navegação já com essa intenção. Então isso é algo importante para o Estado", frisou Casagrande.
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