A Petrobras informou na manhã desta segunda-feira (1º) que assinou o contrato de venda dos campos de produção de gás natural do polo Peroá-Cangoá, localizados na Bacia do Espírito Santo. As participações foram compradas por US$ 55 milhões (quase R$ 300 milhões na cotação atual do dólar) pelas empresas OP Energia e DBO Energia, em consórcio, com 50% de participação de cada, tendo a primeira empresa como operadora.
Como mostrou A Gazeta, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) tinha dado prazo até junho deste ano para que a Petrobras concluísse a venda do polo e de outros 53 ativos em processo de desinvestimento.
O polo Peroá-Cangoá, localizado no Litoral Norte capixaba, é composto pelos campos de produção de Peroá e Cangoá, em águas rasas, e pelo bloco de exploração BM-ES-21, localizado em águas profundas, em que se encontra a descoberta de Malombe. O pacote inclui ainda uma plataforma não habitada (a PPER-1) e um gasoduto até a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares. A venda dos ativos foi anunciada ainda em 2019.
À época do anúncio de venda, o polo chegava a produzir cerca de 900 mil metros cúbicos por dia de gás não-associado, segundo a Petrobras. Já em 2020, segundo painel dinâmico de produção da ANP, foram produzidos 662 mil metros cúbicos por dia de gás nos campos de Peroá e Cangoá.
O valor da venda é de US$ 55 milhões, sendo US$ 5 milhões pagos nesta segunda; US$ 7,5 milhões no fechamento da transação e US$ 42,5 milhões em pagamentos contingentes previstos em contrato, relacionados a fatores como declaração de comercialidade de Malombe, preços futuros do petróleo e extensão do prazo das concessões.
Os valores não consideram os ajustes devidos até o fechamento da transação, que está sujeito ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pela ANP.
Segundo a Petrobras, a operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos.
De acordo com o diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras, Roberto Ardenghy, a assinatura do contrato é um marco importante na consolidação de uma indústria mais forte e competitiva. Ele destacou que os investimentos privados podem aumentar a vida útil e a produção nos campos, gerando empregos no Estado.
“Nosso objetivo é maximizar o valor do nosso portfólio e dar oportunidade para que outras empresas do setor possam também prosperar. No portfólio destas companhias, o Polo Peroá poderá se desenvolver, recebendo novos recursos e aumentando sua vida útil, com impacto positivo na geração de empregos e renda para a região”.
A OP Energia é uma subsidiária integral da 3R Petroleum Óleo e Gás e a DBO Energia é uma empresa de exploração e produção ligada a Noruega.
Para Ricardo Savini, presidente da 3R Petroleum, “a decisão da Petrobras de desinvestir, especialmente em campos maduros, dinamiza o mercado de óleo e gás brasileiro e possibilita a estruturação de novas empresas operadoras que certamente investirão no aumento da produção e das reservas destes campos. Com isso, toda a cadeia de fornecedores é também dinamizada com reflexos positivos na geração de emprego em regiões tradicionalmente produtoras de petróleo”.
Já o CEO da DBO Energy, Kjetil Solbraekke, afirmou que os “campos maduros, depois de transferidos para empresas menores, apresentam um incremento em sua produção, com a prorrogação de sua vida útil por décadas. Além disso, a diversidade do setor, com empresas de portes distintos e com novas estratégias, trará novas soluções, desenvolvimento de tecnologias e experiências diferentes ao setor, permitindo a mitigação de riscos e maior produção para o país”.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta