Nos próximos cinco anos, sete negócios no setor de petróleo e gás devem movimentar R$ 44,2 bilhões no Espírito Santo. O levantamento dos investimentos foi feito pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Em geral, os projetos envolvem as empresas Petrobras, Prio, BW Energy, Prysmian Group, ES Gás, Shell e EnP Ecossistemas e Imetame Energia e foram apresentados no lançamento da oitava edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no Espírito Santo, realizado nesta terça-feira (8), no Palácio Anchieta.
O documento feito pelo Observatório da Indústria apresenta dados e análises do setor e também estima o crescimento da produção de petróleo e gás até 2030.
Segundo informações do Anuário, a Petrobras tem um plano de investimentos de R$ 35 bilhões para o Espírito Santo até 2029. Entre os projetos, destaca-se o Integrado Parque das Baleias (IPB), que visa interligar 17 poços ao novo navio-plataforma (FPSO) Maria Quitéria, sendo nove produtores de óleo e oito injetores de água.
O navio-plataforma entrou em operação no Sul do Estado em outubro de 2024. A empresa também tem investimentos confirmados nas áreas de refino, comercialização, gás e energia no Espírito Santo.
A Prio também está desenvolvendo o campo de Wahoo, localizado na porção capixaba da Bacia de Campos. Com investimentos estimados em US$ 850 milhões, a empresa pretende perfurar 6 poços, sendo quatro produtores e dois injetores. A produção será escoada por meio de uma conexão submarina (tieback) de 35 km de extensão, conectando os poços ao navio FPSO Frade.
Já a BW Energy prevê investimentos de R$ 4 bilhões entre 2026 e 2031 nos polos Golfinho e Camarupim, na bacia do Espírito Santo. Nesse primeiro campo, a petroleira perfurará dois poços, enquanto no de Camarupim, será feita a interligação de gás ao FPSO Cidade de Vitória.
Marília Silva, economista-chefe da Findes, apresentou o Anuário, destacando que, de 2023 a 2024, houve uma queda de 8,8% na produção de petróleo, com 154 mil barris e 12% no gás natural, chegando a 3,6 milhões de metros cúbicos.
"Ao longo de 2024, o setor vinha tendo um comportamento estável. Mas o que a gente consegue compreender foi que, com a antecipação da operação da FPSO Maria Quitéria, foi preciso fazer o condicionamento desta plataforma. Para isso ser feito, foram necessários alguns desligamentos de poços. E isso gerou uma redução que não era esperada no final do ano. Mas foi necessário para termos um aumento de produtividade na frente", lembra.
A expectativa do estudo realizado pelo Observatório da Indústria é que, em 2027, haja um aumento médio de 11,5% na produção de petróleo. A produção deve alcançar 204 mil barris por dia com a permanência dos investimentos.
Paulo Baraona, presidente da Findes, acrescenta que os investimentos anunciados são em exploração e tecnologia dentro das empresas para que o Estado tenha mais geração de capacidade de produção de petróleo e gás, o que também acarreta em benefícios em toda a cadeia produtiva.
"O setor de petróleo e gás é grande, importante, pujante. O Anuário ajuda os investidores, a cadeia produtiva e as próprias empresas, criando um ambiente de fato de grande desenvolvimento no Estado e de grande previsibilidade", afirma Baraona.
No lançamento do Anuário, o governador Renato Casagrande destaca que o setor representa em termo de tributos 8% da receita do Estado. Ele lembra que a parcela não é tão significativa como foi no passado, em virtude da diversificação das atividades econômicas. "Queremos ativos do petróleo e gás para fazer a transição energética", disse o governador.
Estão previstos investimentos em exploração e produção, com destaque para a implantação do FPSO Maria Quitéria. A empresa também investirá nas áreas de refino, transporte, comercialização, gás e energia no Espírito Santo. O valor estimado é de R$ 35 bilhões.
O projeto de Wahoo, na região de Presidente Kennedy, contempla a perfuração de quatro poços produtores e dois injetores, assim como a conexão entre os poços e o FPSO de Frade. O valor estimado é de US$ 850 milhões.
Investimentos nas operações dos polos Golfinho e Camarupim, na Bacia do Espírito Santo. Atuação nas regiões de Aracruz, Fundão, Serra e Vitória e investimento na casa dos R$ 4 bilhões.
Expansão da capacidade de produção da fábrica de Vila Velha, dedicada à fabricação de umbilicais. Projeto com investimento de R$ 145 milhões.
O Grupo Energisa investirá na expansão da distribuição de gás natural no Espírito Santo. Projetos estão na casa dos R$ 100 milhões.
Desenvolvimento e produção do Parque das Conchas. O investimento inclui atividades de desenvolvimento, estudos de extensão, completação de produção e melhorias relacionadas a alterações na unidade de produção. Projetos são em cidades como Anchieta, Guarapari, Piúma, Itapemirim, Marataízes, Presidente Kennedy, Vila Velha e Vitória. Investimentos de US$ 10,7 milhões.
A EnP Ecossistemas, por meio de sua afiliada Energy Paranã, e a Imetame Energia possuem participação em 11 blocos exploratórios no Norte Capixaba. Projetos em Linhares, Jaguaré, São Mateus e Conceição da Barra. Investimentos na casa dos R$ 20 milhões.
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