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PF faz operação contra câmbio ilegal de moeda estrangeira no ES

PF faz operação contra câmbio ilegal de moeda estrangeira no ES

Operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (9) no Espírito Santo visa reprimir a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional

Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 06:50- Atualizado há 3 anos

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Dinheiro encontrado pela Polícia Federal. (Polícia Federal)

Policiais federais da Delegacia de Repressão à Corrupção e Desvios de Verbas Públicas deflagraram, na manhã desta quinta-feira (9), uma operação dedicada a reprimir a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, consistentes em operações de câmbio ilegais, gestão fraudulenta e movimentação paralela à contabilidade. 

A PF divulgou que os valores apreendidos foram:

Somados os R$ 210 mil, mais os valores acima convertidos pela reportagem de A Gazeta, conforme a cotação do dia, o montante apreendido em uma casa de câmbio em Vitória chegou a R$ 647.683,35 em moedas de oito países diferentes.

Segundo a PF, foram  cumpridos quatro mandados de busca e apreensão na Grande Vitória — um em Vila Velha e três na Capital do Espírito Santo — em endereços residenciais e comerciais de proprietários e pessoas ligadas às empresas investigadas.

O objetivo das ações desta quinta-feira, além do cumprimento das ordens judiciais, é obter novos elementos de provas para desmantelar o esquema criminoso dedicado ao cometimento de crimes contra o sistema financeiro nacional.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, a prática é muito utilizada por corruptos e traficantes para dar a aparência de que se trata de um dinheiro lícito.

"Esse tipo de recurso é muito utilizado por grandes organizações criminosas de corruptos e traficantes para mandar dinheiro ilegal para o exterior e também para lavar dinheiro. Dá uma aparência de licitude àqueles recursos que são oriundos de atividades criminosas", detalhou.

Ele esclareceu que a casa de câmbio investigada também ganhava em cima dos valores que eram comercializados em moeda estrangeira. "Há autorizações e limitações estabelecidas pelo Banco Central. Nesse caso, a empresa podia comercializar uma quantia, mas comercializa o triplo, por exemplo. Além do ganho nessa operação, pode ter havido sonegação. Isso será apurado pela Receita Federal", afirmou.

Segundo Eugênio Ricas, as investigações que culminaram na Operação Face Oculta começaram há cerca de dois anos. "Nós tivemos as informações iniciais, fizemos diligências nessa casa de câmbio, constatamos que havia operações ilegais e hoje demos cumprimento aos mandados de busca e apreensão", contou.

O superintendente ainda explicou que, por enquanto, não houve necessidade de pedidos de prisão temporária ou preventiva. "Nós, agora, vamos ouvir algumas pessoas e devemos concluir a investigação, que será encaminhada ao Ministério Público. No final, o juiz entendendo que há provas, essas pessoas serão condenadas", disse.

Os investigados poderão ser responsabilizados pelos crimes de gestão fraudulenta, movimentação paralela à contabilidade, fraude cambial e associação criminosa, com penas que podem chegar a 24 anos de prisão.

ENTENDA O CASO

As investigações tiveram o objetivo de apurar possíveis operações de câmbio realizadas à margem dos sistemas oficiais por uma empresa correspondente cambial. As provas reunidas demonstraram a falta de formalização de registro de operações de câmbio para a aquisição de moeda estrangeira.

Segundo a Polícia Federal, observou-se também uma intensa movimentação financeira, muito além da capacidade financeira e atividade econômica da empresa administrada pelos investigados, em muitos casos contando com a colaboração de funcionários da empresa.  

Polícia Federal deflagra Operação Face Oculta
Dinheiro apreendido pela Polícia Federal na Operação Face Oculta. (Divulgação/Polícia Federal)

A Polícia Federal afirma que um dos investigados foi condenado em primeira instância por crimes semelhantes em investigação realizada pela PF no Espírito Santo ainda no ano de 2012, bem como também foi investigado na operação do Banestado ocorrida no estado do Paraná, que apurava evasão de divisas entre 1996 a 2002.

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