A Polícia Federal realiza na manhã desta sexta-feira (1º) operações para apurar participação de empresas capixabas em um esquema que teria movimentado mais de R$ 1 bilhão entre os anos de 2015 a 2018.
Estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, sendo 11 Grande Vitória e um em Itajaí (Santa Catarina), em endereços residenciais e comerciais de proprietários e pessoas ligadas às empresas investigadas.
As ações batizadas como Operação Escape e Sumidouro são coordenadas pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Desvios de Verbas Públicas, da Polícia Federal. O trabalho também conta com investigação conjunta com o Ministério Público Federal.
As operações contaram com aproximadamente 42 policiais federais, além da participação de quatro auditores da Receita Federal. O objetivo é reprimir a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, consistentes em operações de câmbio ilegais, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
A pedido da PF, foi determinado judicialmente o sequestro de bens e valores na ordem de R$ 11 milhões para alvos da Operação Escape e de cerca de R$ 1 milhão para alvos da Operação Sumidouro. A medida inclui imóveis, veículos e valores apurados em contas bancárias.
"O objetivo das ações de hoje, além do cumprimento das ordens judiciais, é obter novos elementos de provas para desmantelar o esquema criminoso dedicado ao cometimento de evasão de divisas, fraude cambial e lavagem de dinheiro", diz a PF, por nota.
De acordo com a Polícia Federal, as duas operações apuram a participação de empresas capixabas no crime de evasão de divisas, por meio de processos de importação fraudulentos, com possível contratação de operação de câmbio utilizando documentação falsa, resultando em uma intensa movimentação de recursos ao exterior.
As investigações referentes à Escape começaram em 2018, com a notícia de que o principal alvo desta operação, junto com doleiros já denunciados em outro processo, teria realizado, entre os anos 2015 a 2018, movimentações financeiras suspeitas na ordem de mais de R$ 1 bilhão.
De acordo com a PF, a empresa operadora do esquema recebia em suas contas bancárias valores de clientes de diversas regiões do país, tais como comerciantes da conhecida Rua 25 de março, na cidade de São Paulo (SP), e promovia o envio dos recursos ao exterior, sobretudo a beneficiários localizados na China e Estados Unidos, por intermédio de importações fraudulentas.
DIAGRAMA DO ESQUEMA
Já a operação Sumidouro representa um desdobramento dos trabalhos investigativos da Escape, com identificação de um outro grupo autônomo de agentes e empresas de comércio exterior.
A investigação aponta que o grupo também se utilizava de "engenhoso esquema de remessa ilegal de divisas para fora do país, baseado em importações efetivadas à margem do sistema aduaneiro, com a contratação de câmbio sem a devida declaração de importação ou até mesmo amparados em importações fictícias", conforme explica a PF.
DIAGRAMA DO ESQUEMA
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