Nos três primeiros meses de 2024, o Espírito Santo registrou alta de 3,7% no Produto Interno Bruto (PIB), na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado pela alta de 5,5% da indústria e dos serviços (2,9%), que já tinha fechado o ano de 2023 com alta de 11%. Mas o Estado também apresentou resultado negativo de 4% no comércio varejista ampliado de janeiro a março.
O resultado do Espírito Santo é superior ao do Brasil, que acumulou crescimento de 2,5%. Ao analisar os dados em relação ao trimestre imediatamente anterior, ou seja, outubro a dezembro de 2023, o Espírito Santo teve redução de 0,3% no PIB (considerada estabilidade), enquanto o país teve alta de 0,8%.
Considerando os últimos quatro trimestres, o Estado teve alta de 6,2% enquanto o país acumulou crescimento de 2,5%. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). O PIB capixaba nominal está em R$ 234,6 bilhões, considerando os últimos quatro trimestres.
"Os dados demonstram que o Espírito Santo inicia o ano de 2024 mantendo crescimento acima da média nacional. O resultado é produto do bom desempenho da indústria extrativa e também da indústria de transformação, além do crescimento dos serviços. E dos 10 principais produtos agrícolas, seis estão com expectativa positiva para 2024", detalha o diretor-presidente do IJSN, Pablo Lira.
Detalhando o desempenho dos setores da economia, o diretor de Integração do IJSN, Antonio Rocha, explica que a queda de 4% no comércio foi determinada por redução de 0,3% no varejo restrito e pela forte contração de 30,4% nas vendas de materiais de construção. Para Rocha, esse resultado foi influenciado pela queda no consumo das famílias, impactada pela inflação.
Por outro lado, a indústria e o setor de serviços tiveram destaque. Dados apresentados pelo IJSN apontam que o desempenho de 5,5% da Indústria geral deve ser atribuído ao aumento na produção da indústria extrativa (7,6%), que refletiu os crescimentos na extração de petróleo (15,8%), gás natural (26,3%) e na pelotização de minério de ferro pela Vale (3,9%) e Samarco (12,0%) e pela expansão de 1,5% na Indústria de Transformação.
Já o avanço de 2,9% no setor de Serviço foi impulsionado pelos segmentos de Serviços profissionais, administrativos e complementares (9,5%) e Serviços de informação e comunicação (7,9%).
“A expansão da economia estadual, no acumulado do ano, foi influenciada, principalmente, pelo avanço na indústria geral. Porém, o setor de Serviços também contribuiu para o acréscimo, principalmente nos segmentos de serviços profissionais, administrativos e complementares e serviço de informação e comunicação”, destacou Rocha.
Dados apresentados pelo IJSN apontam ainda uma perspectiva de aumento da produção agrícola das principais culturas do Espírito Santo, principalmente os cafés conilon e arábica. A perspectiva para a safra de 2024 é de aumento de 10,2% na produção do conilon e 34,2% do arábica.
Já a produção de mamão deve ter aumento de 12,7%, seguido por banana (0,3%), cana-de-açúcar (7,1%) e coco (2,5%). Em compensação, a produção de pimenta-do-reino (-0,2%) e de cacau (-0,3%) devem ficar estáveis, enquanto tomate e mandioca devem recuar -3,2% e - 3,3%, nessa ordem.
Outro destaque do Espírito Santo aparece nos resultados do comércio exterior. Segundo o IJSN, a corrente do comércio teve alta de 35,28%, acumulando movimentação de US$ 5,5 bilhões (R$ 29,1 bilhões na cotação atual). O resultado é proveniente da alta de 30,91% das exportações (US$ 2,6 bilhões) e crescimento de 39,33% nas importações, somando US$ 3 bilhões.
Para os próximos meses, a perspectiva do IJSN é que o Estado continue em crescimento e mantendo a economia acima da média nacional, principalmente com a safra de café, e atividade da indústria extrativa, como Samarco, e também produção de petróleo, bem como o mercado de trabalho aquecido.
Pablo Lira destaca ainda que o levantamento dos três primeiros meses do ano ainda não considerou as chuvas de Mimoso do Sul e nem o desastre no Rio Grande do Sul, situações que podem acabar impactando os números da economia nos próximos meses.
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