Refletindo a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo apresentou queda de 5,9% no segundo trimestre em comparação com o período anterior, segundo projeção do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). No acumulado do ano, o recuo foi de 6,1% superior à queda de 5,9% registrada no país.
Em relação ao segundo trimestre do ano anterior, a retração foi de 10,2% a pior para o período desde 2009, durante a crise do subprime. O diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN, Pablo Lira, explicou que, naquele ano, a queda no segundo trimestre foi de 13,9%.
"Apesar de bastante negativo, o resultado do Estado em 2020 ainda foi um pouco melhor que o brasileiro. No país, o PIB teve queda de 11,4% no segundo trimestre deste ano, se comparado aos anos anteriores."
O PIB é o valor de tudo o que é produzido na economia. A contração recorde do indicador marca o auge das medidas de isolamento social adotadas para combater o avanço da doença que já infectou mais de 121 mil e levou a mais de 3.300 mortos apenas no Espírito Santo em seis meses.
O diretor-presidente do IJSN, Daniel Cerqueira, destacou que não foi apenas uma crise de demanda, mas também de oferta. Uma crise em que as pessoas mal conseguiam sair na rua. Apesar do resultado negativo, era esperado.
A projeção para o segundo semestre, segundo o especialista, é de retomada em V, isto é, uma recuperação rápida, após queda brusca no desempenho das atividades econômicas.
No segundo trimestre de 2020, o PIB capixaba foi estimado em R$ 30,3 bilhões, segundo o IJSN. No acumulado em quatro trimestres, totalizou 122,5 bilhões.
Ainda segundo o instituto, a atividade econômica estadual apresentou retração em todas as bases de comparação temporal. Contribuíram para o resultado de -6,1% no acumulado do ano: a retração de -20,8% da indústria geral, e -7,9% nos serviços; e queda de -4,2% do comércio varejista ampliado.
Também houve oscilações nas transações com o comércio exterior. As exportações caíram 27,9% no segundo trimestre, representando uma perda de US$ 2,66 bilhões para o Estado. As importações, por outro lado, cresceram 9,0%.
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