O Espírito Santo registrou queda de 1,7% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). A redução na geração de riquezas caiu de R$ 186,3 bilhões, em 2021, para R$ 182,5 bilhões, no ano seguinte, em uma trajetória contrária à expansão nacional, que registrou alta de 3%.
A retração capixaba foi influenciada, principalmente, pelo aumento de custos de produção e redução do volume nas indústrias extrativas e de transformação. A primeira apresentou queda de 24,4%, enquanto a segunda, de 5,2%.
O setor extrativo, segundo o levantamento, foi impactado pela redução na extração de petróleo e gás e também de minério pelotizado. Já as indústrias de transformação foram afetadas pelo resultado negativo da metalurgia.
Compensaram a retração do setor, de 12,2%, as atividades industriais de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, que apresentaram expansão de 13,4%, e de construção, que teve resultado positivo de 6,4%.
Além do Espírito Santo, apenas Pará e Rio Grande do Sul apresentaram retração. O Estado do Norte teve queda de 0,7%, e o do Sul, de 2,6%.
O desempenho capixaba – segundo pior do Brasil – vai na contramão do que se percebeu no ano anterior: em 2021, o Estado teve um crescimento de 6%, sendo a sexta maior expansão.
Um dos efeitos desta retração é a menor participação do Estado no PIB nacional. Em 2021, o Espírito Santo correspondia a 2,1% das riquezas brasileiras. Já em 2022, passou para 1,8%. Em contrapartida, a Região Sudeste como um todo – acompanhando a totalidade nacional – manteve variações positivas, mesmo com a desaceleração no ritmo do crescimento.
Apesar da retração, o Estado capixaba se manteve como o 14º maior PIB do país e o 9º maior PIB per capita (R$ 47.619) devido, em grande parte, à expansão da agropecuária, que variou positivamente 8,5% e alcançou representatividade de 5,9% na economia estadual – resultado histórico.
De acordo com o levantamento, um dos maiores responsáveis pelo crescimento do setor foi o café capixaba. A variedade arábica cresceu 45,6%, enquanto a conilon, 5,9%.
O volume de serviços também cresceu (5,3%), sendo impulsionado principalmente por transportes, armazenagem e correios (8,5%); informação e comunicação (8,8%); e outros serviços (12,5%).
Com a perda de importância para o indicador das indústrias extrativas, a principal atividade econômica do Estado passou a ser a administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social. Em 2021, este segmento representava 13,1% da economia estadual. Já em 2022, a representatividade é de 15,2%.
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