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Picanha barata? Saiba por que preço da carne não dá alívio no ES

Picanha barata? Saiba por que preço da carne não dá alívio no ES

Em média, as carnes baratearam 0,76% no Estado, na comparação com os preços observados em janeiro; no país, redução foi de 1,22%

Publicado em 23 de março de 2023 às 07:46

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picanha com ervas
Preço médio do quilo da picanha caiu 2,63% no país. (shutterstock)

O preço médio do quilo da picanha no país ficou 2,63% mais barato em fevereiro, segundo o IPCA, índice utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para medir a inflação no Brasil. O valor das carnes, em geral, caiu 1,22%, a maior queda dos últimos 15 meses. No Espírito Santo, entretanto, o alívio no bolso não foi tão grande.

Em média, as carnes baratearam 0,76% no Estado, na comparação com os preços observados em janeiro. Em território capixaba, o valor da picanha não é analisado pelo IBGE, mas uma rápida pesquisa de preços em sites de supermercados mostra pouca variação em relação a outros meses.

Para se ter ideia, em novembro, estabelecimentos consultados pela reportagem de A Gazeta mostravam preços que oscilavam entre R$ 57,99 e R$ 87,90 por quilo. Agora, o valor mínimo encontrado nos mesmos supermercados foi R$ 72,98 por quilo da picanha, que já é um corte com valor mais elevado.

O acém também tem pesado mais no bolso dos capixabas, com aumento médio de 3,88% na Grande Vitória, apesar da queda de 1,43% observada no país.

Uma das explicações para a queda dos preços médios, em nível nacional, é a relação entre oferta e demanda. Segundo o próprio IBGE, a probabilidade maior é de que a redução nos preços se deva à suspensão das exportações de carne bovina do Brasil para a China, devido ao registro de um caso de mal da vaca louca no Pará.

A diminuição das exportações para um grande mercado externo, como é o caso da China, faz com que a quantidade de carne disponível no mercado interno cresça, ocasionando queda nos preços dentro do país.

Esse mesmo ponto é reforçado pelo economista Ricardo Paixão, que observa, entretanto, que essa redução é percebida de forma desigual entre os Estados, como é o caso do Espírito Santo.

“Mesmo com o aumento da oferta, muitos empresários não conseguem ainda repassar essa diminuição. É um Estado pequeno, os empresários têm uma margem menor. E tem toda uma questão logística.”

Ele frisa, entretanto, que ainda que a picanha propriamente dita não pareça mais barata para os capixabas, outros cortes já refletem queda nos preços. Cortes como alcatra (-2,64%) e contrafilé (-1,1%), aliás, chegaram a ficar mais baratos no Espírito Santo do que no resto do Brasil.

“Se esse cenário continuar, em breve vamos sentir uma queda maior nos preços aqui no Estado também”, prevê Ricardo Paixão.

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