O PicPay começou a cobrar uma taxa por transferências do Caixa Tem para a carteira digital usando o cartão de débito virtual da Caixa. Com isso, quem tem optado por transferir os recursos recebidos do auxílio emergencial e do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) diretamente para o aplicativo agora tem descontada uma taxa de 1,99% sob o valor da transação.
A mudança segue o movimento das fintechs Mercado Pago e Pagbank, que também permitem a transferência pelo cartão de débito virtual e que já tinham instituído taxas para essas transações. Já a transferência para essas contas digitais via pagamento de boleto continua sem a cobrança de taxas em todos os casos.
As transferências do auxílio emergencial e do FGTS para contas em fintechs passaram a ser muito utilizadas como forma de driblar o modelo de pagamentos da Caixa, que primeiro faz o crédito do benefício na conta digital e só depois de algumas semanas libera saques e transferências para outros bancos.
Nesse período até a liberação do saque, o usuário pode fazer pagamentos e compras pelo app Caixa Tem, como transações por QR code, boletos e compras on-line com o cartão de débito virtual da Caixa. É aí que os beneficiários encontraram uma brecha para antecipar os valores.
A tática tem sido transferir os recursos para carteiras digitais de fintechs. Para isso, há dois caminhos: gerar um boleto no aplicativo da fintech para adicionar à carteira o valor do benefício e pagar esse boleto pelo Caixa Tem; ou adicionar o dinheiro à carteira por meio do cartão de débito virtual, como se fosse uma compra on-line em que você informa o cartão para pagamento.
É essa segunda opção que passou a ser taxada pelas empresas de pagamento. O Mercado Pago, por exemplo, foi o primeiro a cobrar pelas transferências via cartão de débito, ainda em julho, com uma taxa de 0,8%. Agora, a taxa também já está em 1,99% sobre os valores depositados em sua conta digital via qualquer cartão de débito aceito pelo app, tarifa que, segundo a fintech, tem como finalidade cobrir parte dos custos envolvidos com este tipo de transação.
Usuários têm reclamado do valor da taxa para o benefício social. Caso uma pessoa queira transferir os R$ 600 do auxílio emergencial para o PicPay ou Mercado Pago, por exemplo, quase R$ 12 são descontados por conta da cobrança. Já no PagBank, hoje com uma tarifa menor, de 1,65% por transação usando o cartão de débito virtual da Caixa, usando o mesmo exemplo de R$ 600, daria pouco menos de R$ 10 de taxa.
A Gazeta procurou o PicPay para comentar sobre a cobrança da taxa. Em nota, a fintech respondeu que, "dada a situação emergencial imposta pela pandemia, ofereceu gratuidade nas transações de auxílio emergencial por 5 meses - tanto por meio do cartão de débito da Caixa, quanto por boleto". Informou ainda que, a partir deste mês, passou a cobrar apenas para a transferência por meio do cartão de débito, mas a gratuidade se mantém para quem utiliza a função boleto para o mesmo fim.
Continua tendo custo zero movimentar o dinheiro do benefício por meio da emissão dos boletos nesses aplicativos e também em outros bancos digitais, como Original, Neon, Nubank e Inter. Isso tudo pode ser feito pela internet de forma bem simples:
Pronto. A partir do dinheiro na conta do sua fintech, é possível solicitar o saque por meio dessas instituições (usando caixas 24 horas). O usuário também pode transferir os valores para seu banco tradicional via TED, modelo que na maioria dos bancos digitais não possui taxa.
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