“Tô triste, manda um Pix?” poderia ser somente de uma frase engraçadinha, mas as facilidades do novo sistema de pagamentos instantâneos, lançado em novembro passado pelo Banco Central, abriram espaço, inclusive, para novas formas de paquera.
O motivo para tanto é que o sistema, que permite transferir quantias a partir de R$ 0,01 a qualquer hora do dia, sem custo, e receber em poucos segundos, também possibilita enviar, além do dinheiro, uma mensagem ao destinatário. E por causa do uso que tem sido feito dessas mensagens a ferramenta já vem sendo chamada de PixTinder – em alusão ao aplicativo de relacionamentos.
Em tese, o campo de mensagem criado pelo Banco Central deveria ser destinado a informações sobre a transação, como, por exemplo, "aluguel" ou "minha parte da pizza". Mas muitos usuários tem utilizado o espaço para enviar cantadas a desconhecidos, que compartilham suas chaves Pix por meio das redes sociais.
A chave é uma espécie de apelido da conta, que pode ser o número de telefone, do CPF, e-mail ou um número aleatório. Assim, ao enviar o dinheiro, não é necessário digitar conta, agência, banco e outros detalhes, basta digitar a chave de quem vai receber a transferência.
Um dos primeiros casos de declarações pelo canal viralizou depois que um internauta relatou que a ex-namorada, bloqueada em todas as suas redes sociais, havia lhe enviado diversas de transferências pelo Pix, todas no valor de R$ 0,01, com pedidos para reatar o namoro.
Depois disso, rapidamente outros usuários começaram a compartilhar suas chaves do Pix, sugerindo que interessados fizessem um “agrado” semelhante. O grupo que aderiu ao uso alternativo do sistema de pagamento já ganhou até nome nas redes sociais: são os "pixsexuais".
A brincadeira – que tem rendido alguns frutos – chamou a atenção até do Banco Central, que fez um alerta em relação à prática: “O Pix é um meio de pagamento, não uma rede social”.
O BC esclareceu que a divulgação das chaves Pix a desconhecidos tem riscos, principalmente quando a chave cadastrada é o CPF ou número de telefone, que são informações sensíveis, que podem ser utilizadas para outras finalidades, inclusive golpes de pessoas mal-intencionadas.
Já para a chave aleatória, que não inclui dados pessoais, a entidade diz ser seguro compartilhá-la, uma vez que não dá acesso à conta, e serve apenas para receber o dinheiro.
Diferente das redes sociais, o Pix não permite o bloqueio de usuários específicos dentro do sistema, e nem há previsão legal para isso no momento.
Contudo, o BC esclareceu que o usuário que não quer ser incomodado com mensagens pode configurar o aplicativo do banco onde mantém a conta para não receber notificações de pagamentos.
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