O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), falou nesta terça-feira (23) sobre o plano de retomada econômica do Estado, diante da pandemia do novo coronavírus. Casagrande afirmou que já existe uma proposta pronta, aprovada por ele, que agora seguiu para a validação de instituições que trabalham com o desenvolvimento econômico capixaba. O plano abrange uma série de medidas que visam o equilíbrio fiscal para atrair investidores, investimento em tecnologia para a desburocratização da relação entre empresas e Estado e ampliação de parcerias público-privadas (PPPs).
Casagrande apontou que a prioridade do governo nessa retomada é chegar ao final do ano com a gestão fiscal equilibrada, o que j[a e uma cultura do ES. Para conseguir, o governador disse que o plano é ampliar parcerias publico-privadas e investir na tecnologia para desburocratizar as relações comerciais. As declarações foram dadas pelo governador em entrevista transmitida ao vivo pela revista Istoé, nesta terça-feira.
"Nesta semana mesmo, lançamos um edital para uma PPP em Cariacica, para investir em saneamento. Vamos abrir mão de exigências burocráticas de uma visão autoritária de governo", declarou. Um dos focos da retomada, que já tem sido levado em consideração desde agora, é "não paralisar as obras que o Estado está tocando".
O plano foi explicado após Casagrande afirmar que o Estado sofre de duas grandes crises econômicas: a causada pela pandemia e a da queda do preço do petróleo. O valor arrecadado para o fundo de soberano despencou e pode reduzir até R$ 1 bilhão do que era projetado para este ano.
"Temos um fundo de infraestrutura que está me permitindo não paralisar obras no Espírito Santo. Esse fundo deve ter, até 2022, R$ 1,5 bilhão. Alocamos, também, parte da receita do petróleo para um fundo soberano, uma vez que a riqueza do petróleo é temporária. Esse fundo pode ser associado a empresas privadas para gerar mais riquezas para o Estado. Esses fundos estão lá, mas a arrecadação do que vai para eles já é bem menor do que estava previsto e deve reduzir mais", explicou.
Além da queda na arrecadação de recursos do petróleo, o Estado vem sofrendo outras quedas de arrecadação. "Estamos tendo que cortar gastos, contratos, custeios, investimentos e ao mesmo tempo procurando um nível de organização que nos permita chegar equilibrados com as finanças no final do ano, sabendo que essa crise vai continuar por mais um tempo", assinalou.
Essa crise, no entanto, não é uma realidade apenas no Brasil. A culpa da queda, portanto, não seria apenas da pandemia, ressaltou. "Essa crise é mundial, não adianta a gente abrir o comércio e todas as atividades de qualquer jeito se a crise é mundial e o consumo diminuiu muito. Não dá pra resolver aqui no Brasil, não é uma ação local que vai resolver", sustentou Casagrande.
O governador lamentou, no entanto, que a postura de "não enfrentamento" da doença, por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), piore a situação. "Para resolver teria que ser uma reação coordenada do mundo inteiro e, mais uma vez, a imagem do país ficou arranhada pelo jeito que o presidente deixou de enfrentar a doença", finalizou.
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