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Plano Real: os preços de camisa da Seleção, Transcol e bombom há 30 anos no ES

Plano Real: os preços de camisa da Seleção, Transcol e bombom há 30 anos no ES

Moeda brasileira foi criada para conter a hiperinflação; confira quanto custavam 10 produtos no Estado e quais seriam os preços atualmente

Publicado em 6 de julho de 2024 às 16:58

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Dinheiro, notas, Real, moedas
O Plano Real foi implantado em 1º de julho de 1994. (Reprodução)

Criado com a missão de combater a hiperinflação, o Plano Real completou 30 anos na última segunda-feira (1°). Mas, passadas três décadas, o R$ 1 de hoje já não tem o poder de compra daquela época. Isso porque, de julho de 1994 a maio de 2024, a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 708,01%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessa forma, o mesmo R$ 1 vale, atualmente, R$ 8,08. 

Dessa forma, muitos dos valores cobrados por produtos naquela época eram menores do que os atuais. A cesta básica avaliada em Vitória, por exemplo, custava R$ 84,75, enquanto hoje chega a R$ 723. O valor dos alimentos essenciais superava o salário mínimo, que, em julho de 1994, era R$ 64,79. Meses depois, em setembro, foi atualizado para R$ 70.

Para pegar um ônibus do Sistema Transcol, era preciso desembolsar R$ 0,60, bem inferior aos R$ 4,70 atuais. Já o litro da gasolina, que hoje fica em torno de R$ 5,74, custava R$ 0,52 na Grande Vitória. 

A camisa para torcer pela Seleção Brasileira na época do tetracampeonato custava R$ 10 (em anúncio publicado em A Gazeta na época, confira foto mais abaixo). Hoje, a camisa oficial fica em torno de R$ 350.

Veja abaixo um levantamento do preço de 10 produtos no Plano Real e seus valores corridos pela inflação, bem como o custo atual no mercado. 

A economista Érika Leal, professora de Economia do Ifes Campus Cariacica, lembra que, no início dos anos 1990, o cenário econômico brasileiro passava por uma situação grave, quando a inflação anual chegava a quatro dígitos, ou seja, superior a 1.000% ao ano.

“Se hoje nos preocupamos quando o índice chega a dois dígitos, pode-se imaginar o quão era desafiadora uma inflação tão alta e aparentemente sem controle. Os brasileiros sentiam na pele as consequências da hiperinflação. Ir ao mercado era um desafio para o bolso, pois os preços mudavam literalmente todos os dias. Quem podia estocava alimentos nas suas despensas e geladeiras, temendo os preços futuros”, recorda.

Érika acrescenta que, em junho de 1994, um mês antes do lançamento do projeto econômico, a inflação acumulada em 12 meses era de quase 5.000%. Já no ano de 1995, a inflação fechou em 22,4%. 

“Vale lembrar que, antes do real, foram implementados outros cinco planos que fracassaram no combate à inflação”, aponta.

O economista Ricardo Paixão destaca que, naquela época, os preços nos supermercados eram remarcados três vezes ao dia, o que corroía o poder de compra das pessoas diariamente. 

E aponta que, depois de tantas tentativas, o desafio era fazer com que a população acreditasse no real. E uma maneira de fazer isso foi atrelar a nova moeda a uma forte, como o dólar, mesmo que valorizando o real artificialmente. 

Para Ricardo Paixão, um dos trunfos do Plano Real foi se basear em três premissas: o superávit fiscal, pensando no controle de gastos do governo; a taxa de câmbio flutuante para ajustes no mercado; e a implementação do regime de metas de inflação. 

Transição

Meses antes da implantação do real foi criado um novo indexador, a Unidade Real de Valor (URV), para evitar que duas moedas circulassem ao mesmo tempo. Por três meses, todos os preços e salários foram discriminados em cruzeiros reais e em URV, cuja cotação variava diariamente e era mais ou menos atrelada ao dólar, de forma que, em geral, as operações eram como de câmbio. Até o dia da criação do real, em que R$ 1 valia 1 URV, que, por sua vez, valia 2.750 cruzeiros reais.

Confira alguns anúncios em A Gazeta de 1994

Anúncio em A Gazeta em 1994 com camisa do Brasil
Anúncio em A Gazeta em 1994 com camisa do Brasil. (Reprodução)
Anúncio em A Gazeta em 1994 com camisa do Brasil
Anúncio em A Gazeta em 1994 com preços de videogame e panela de pressão. (Reprodução)

O que mudou?

A economista Érika Leal aponta que, entre os benefícios da mudança na economia, está a estabilização da moeda, o que oportunizou a ampliação do crédito para consumo, beneficiando, principalmente, as famílias de menor poder aquisitivo, que tiveram facilitados os parcelamentos dos bens e serviços.

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