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Polícia apreende cerca de 40 mil metros de fios irregulares em operação no ES

Polícia apreende cerca de 40 mil metros de fios irregulares em operação no ES

A ação, que faz parte da segunda fase da Operação Elétron, fiscalizou 10 empresas em quatro municípios, sendo que uma prestava serviços para uma prefeitura da Grande Vitória

Publicado em 19 de agosto de 2021 às 13:32- Atualizado há 3 anos

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Polícia apreendeu cerca de 40 mil metros de fios irregulares na Grande Vitória
Polícia apreendeu cerca de 40 mil metros de fios irregulares na Grande Vitória. (Caroline Freitas)

Cerca de 40 mil metros de fios elétricos com irregularidades foram apreendidos em lojas das Grande Vitória nesta quinta-feira (19). O material, proveniente de uma fábrica da Serra interditada na semana passada, estava sendo comercializado em pelo menos dez estabelecimentos, que não tiveram o nome informado. Outras lojas também foram vistoriadas, mas já haviam retirado o produto de circulação. Durante a ação, as autoridades identificaram ainda que fios desta marca estavam sendo utilizados em iluminação pública.

Os alvos eram lojas de VitóriaVila VelhaSerra Cariacica, mas agentes da Polícia Civil deram de cara com um caminhão de uma prestadora de serviços de uma das prefeituras, em cima dos qual os fios estavam expostos, conforme explicou o delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor. O episódio será investigado. A princípio, entretanto, a possibilidade de que a prefeitura soubesse do fato está descartada.

As vistoriais fazem parte da segunda fase da Operação Elétron, cuja primeira etapa foi deflagrada na semana passada e culminou na prisão do responsável pela fábrica, e contou com equipes da Decon, do Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem) e da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Espírito Santo.

Aspas de citação

Interditamos a fábrica, mas diversos estabelecimentos haviam adquirido esse produto recentemente e poderiam estar revendendo ao consumidor ou instalando. Então aprofundamos para tentar tirar esse produto de forma mais imediata do mercado. Na parceria com o Ipem, fizemos a coleta e uma nova análise do material e o que ficou mais uma vez comprovado é que todo esse material era irregular

Eduardo Passamani
Titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor
Aspas de citação

Foram vistoriadas não apenas lojas de materiais de construção, como empresas especializadas em instalação de equipamentos, como ar-condicionado, entre outros. A princípio, não há indícios de que as empresas que estavam comercializando ou instalando os fios tivessem ciência de problemas no momento da aquisição, pois foram adquiridos a preço de mercado. Contudo, as autoridades investigam se chegaram a tomar ciência das irregularidades após o caso vir a tona, no último dia 10.

"Quando foi coletado o material, avaliamos no micromímetro, que é o aparelho que faz toda essa medição, e percebemos que ele não tinha a resistência que cada fio deveria apresentar. E ele aquece, amolece diante da corrente que está passando, que não é adequada para aquele material", explicou o diretor-geral do Ipem, Rogério Pinheiro.

Ele destacou ainda que caso o consumidor desconfie de irregularidades relacionadas a determinado tipo de fio, pode entrar em contato por meio do telefone 0800 039 1112, para que agentes do órgãos se encaminhem ao local e façam a coleta. Em até 30 dias haverá uma resposta.

OPERAÇÃO ELÉTRON

Na primeira fase da Operação Elétron, deflagrada no último dia 10, um empresário da Praia do Canto, bairro de Vitória, foi preso na Serra. O suspeito, que não teve o nome divulgado, é responsável pela fábrica de fios e condutores elétricos que apresentavam irregularidades capazes de causar o superaquecimento da rede de energia, curto-circuito e até mesmo incêndios, além de aumentarem significativamente o consumo de energia elétrica, provocando alta na conta de luz.

Os documentos colhidos na investigação mostram que a empresa, localizada em Boa Vista II, vendeu o produto fora das normas de segurança para hospitais, igrejas, escolas, construtoras e diversas lojas de material de construção, que revenderam a mercadoria para um número incalculável de consumidores finais, acarretando não só prejuízo financeiro, mas verdadeiro risco à vida de inúmeros consumidores.

Os fios foram comercializados em diversos Estados, conforme explicou o delegado Eduardo Passamani.

"No primeiro momento, identificamos esse empresário como responsável pela empresa e efetuamos a prisão como forma de retirá-lo da sociedade e interditamos a fábrica para que o dano pelo menos cesse de forma mais imediata, mas vamos continuar a investigação para saber se outras pessoas estavam envolvidas nessa fraude", disse.

COMO IDENTIFICAR OS FIOS IRREGULARES

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