Os mercados voltaram a ter um dia de pânico nesta quarta-feira (11). Após uma terça com uma parcial recuperação, o clima de incerteza voltou a dominar os investidores e provocar novas quedas em bolsas de valores em todo o mundo.
O novo estresse se deu sobretudo após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar, no início da tarde, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). De acordo com a OMS, o número de casos, mortes e países afetados deve subir nos próximos dias e semanas.
O anúncio aumentou o clima de caos e derrubou ainda mais o Ibovespa, que já operava em queda, sendo necessário acionar pela segunda vez nesta semana o mecanismo de "circuit breaker" para suspender as negociações na B3 por 30 minutos.
Entenda as reações do mercado e o que aconteceu na bolsa brasileira nesta quarta:
Pelo mundo, as bolsas abriram o dia em queda pelo temor dos investidores de um avanço do coronavírus e que ele provoque uma crise econômica global. No caso da bolsa brasileira, há o medo de que a doença tenha efeitos devastadores na nossa economia, uma vez que o Brasil ainda está saindo de uma crise local.
Aumentou o pânico o ceticismo dos investidores sobre o plano de estímulo do presidente Donald Trump para combater a epidemia nos Estados Unidos, a maior economia do mundo.
Os investidores também seguem preocupados com a queda no preço do petróleo, diante da "guerra" entre Arábia Saudita e Rússia.
Nesta quarta, os Emirados Árabes Unidos juntaram-se à Arábia Saudita com promessas de levar a produção de petróleo a níveis recordes em abril. Os planos dos dois países, que estão entre os maiores produtores do mundo, representariam aumento equivalente a 3,6% da oferta global.
Enquanto isso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou drasticamente sua previsão de crescimento da demanda global por petróleo este ano.
Agora, a organização prevê um crescimento da demanda em 60 mil barris por dia previsão anterior era de alta de 990 mil.
As bolsa já operavam em queda quando a OMS anunciou a classificação do novo coronavírus como pandemia global no início da tarde. A elevação no nível da doença pressionou os mercados novamente.
Às 15h14, Ibovespa recuou 10,11%, a 82.887 pontos, quando se iniciou o "circuit breaker" e as negociações foram interrompidas por 30 minutos.
Após o intervalo, as quedas continuaram em ritmo ainda mais acentuado. Às 16h08, o Ibovespa chegou a cair 12,04%, a 81.113 pontos, a mínima do dia.
Os investidores só tiveram algum alívio após uma declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na tarde desta quarta. Ele afirmou que o governo americano usará todo o seu poder para combater o coronavírus.
Com isso, viu-se uma curva de queda do Ibovespa e de outros índices pelo mundo. O recuo de mais de 12% no Ibovespa caiu para cerca de 8% faltando poucos minutos do fechamento do pregão. A valorização do dólar também foi controlada e a moeda americana, que chegou a ser cotada a R$ 4,75 nesta quarta, voltou a cair.
Com o vaivém de anúncios, o Ibovespa fechou o dia com uma queda de 7,64% e com total de 85.171 pontos. As maiores retrações foram das companhias aéreas Azul e Gol em função do temor de redução na demanda aérea por conta do coronavírus.
Já o dólar fechou o dia cotado em R$ 4,7215, com uma valorização de 1,65%.
O barril do petróleo Brent fechou o dia cotado a US$ 35,79, com uma queda de 3,84%. As ações Petrobras recuaram 9,23% (preferenciais) e 10,15% (ordinárias).
As bolsas de Nova York, Frankfurt, Paris, Londres, Tóquio e Xangai também acompanham a brasileira e fecharam o pregão em queda.
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