O motorista que dirige pelo Espírito Santo pode encontrar gasolina com variados preços ao circular pelo Estado. Quem abastece em Vitória, por exemplo, pode economizar até 11% em relação a quem abastece com gasolina comum em Cachoeiro de Itapemirim. Enquanto na Capital o preço médio do litro do combustível é de R$ 6,14, em Cachoeiro é de R$ 6,82. Uma diferença de centavos que, no fim do mês, pode representar uma economia — ou gasto — considerável no bolso do consumidor.
A discrepância entre os valores pode estar atrelada a uma série de variáveis no mercado, à distância das cidades dos portos de abastecimento e até mesmo à quantidade de concorrentes em determinado local, sinalizando que o preço dos combustíveis, além de tributos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) fixado em R$ 1,22 por litro, também está ligado aos custos operacionais dos postos de venda.
No Estado, a maioria dos combustíveis chega por vias marítimas pelos portos de Tubarão, na Serra, e pelo de Vila Velha, de onde são distribuídos para as demais cidades capixabas por vias terrestres, ou seja, em caminhões-tanque.
No Sul do Estado, Mimoso do Sul tem o preço mínimo da gasolina na casa dos R$ 5,48, enquanto que, em Muqui, a apenas 17 quilômetros, o preço mínimo é de R$ 6,87. A diferença de R$ 1,39 pode ser explicada por custos variados, como o aluguel dos terrenos onde os postos estão instalados, custos de energia elétrica e outras despesas ligadas ao funcionamento dos estabelecimentos, como explica o engenheiro Márcio Félix Bezerra, CEO da EnP Energy e ex gerente-geral da Petrobras no Espírito Santo.
É importante salientar que, para a precificação dos combustíveis, os comerciantes têm independência para a definição sobre o preço de venda nas bombas.
"O preço dos combustíveis não sofre impacto apenas da flutuação do preço na refinaria. É preciso considerar localização do posto, tamanho, volume de vendas, entre outros fatores. Tudo isso forma o preço e impacta na sua flutuação ao longo do tempo", pontua Maxwel de Paula, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipostos).
"Cada distribuidora e cada posto revendedor define seus preços de forma independente, conforme custos e estratégia concorrencial. O dólar também influencia, já que o barril de petróleo é cotado por essa moeda, impactando no preço dos produtos", frisa o gestor.
Na Serra, por exemplo, a gasolina pode ter uma média de preço menor do que municípios como Guarapari, por ser uma cidade com maior variedade de postos e por ser uma das portas de entrada para o combustível no Estado, o que diminuiu o custo de frete aos comerciantes. Mesmo caso de Cariacica, que tem o menor preço médio da Grande Vitória (R$ 6,12/l), e está ao lado do Porto de Vila Velha, outro ponto de abastecimento de combustíveis no Espírito Santo.
"A Serra é uma cidade que tem uma concorrência diferente das demais cidades, até porque ela conta com muitas indústrias que consomem derivados de petróleo. Isso também impacta no preço. Em cidades que não têm tantos postos e vivem uma baixa concorrência, o preço dos combustíveis pode ser maior", pondera Márcio Felix.
É o caso de Mimoso do Sul, que com menos pontos de venda e mais afastada dos pontos de chegada da gasolina, tem preços claramente mais altos em comparação com a maioria das cidades da Grande Vitória.
No Estado, os preços também podem ser impactados por problemas logísticos na chegada dos combustíveis pelo mar. Se algum navio tem dificuldades para atracar nos portos por eventos climáticos, por exemplo, os comerciantes podem optar por trazer os combustíveis de outros estados por vias terrestres. Logo, a necessidade de uma nova logística pode aumentar o custo operacional e, consequentemente, o valor do produto na bomba de abastecimento.
A revisão regular nos veículos pode ser crucial para o melhor funcionamento do motor e demais componentes. A manutenção em dia evita que a moto, carro, ônibus ou caminhão consuma mais combustível que o necessário, além de aumentar a vida útil do veículo.
O alinhamento correto faz com que os pneus se desgastem menos, enquanto o balanceamento evita trepidações ao rodar. Além disso, esses dois serviços previnem o aumento do atrito dos pneus no solo além do necessário e não deixam que o veículo perca desempenho. O carro desalinhado e com o balanceamento irregular fica mais pesado. O veículo precisa fazer mais força para se locomover. Logo, precisa de mais combustível
Ter a disciplina de calibrar os pneus com a pressão recomendada pelo fabricante melhora a rolagem dos pneus no solo, evitando o desperdício de combustível. O ideal, pontuam especialistas, é calibrar a cada 15 dias.
Para o pleno funcionamento do motor, considerado o coração do veículo, é necessário a certeza de que ele está funcionando perfeitamente bem. Por isso, qualquer barulho estranho ou odor, é fundamental levar o veículo até um mecânico para uma revisão. Ao levar na revisão, fique atento se vai ser necessário ou não a troca dos filtros de ar, a troca de óleo, a substituição das velas e a verificação de outros itens.
Dirigir de maneira agressiva, além de ser perigoso, também não é interessante quando o objetivo é economizar combustível. Para prevenir o desgaste do motor, é importante medir a força do pé no acelerador para não desperdiçar combustível. O respeito a troca correta das marchas também colabora com a rotação do motor e com um melhor desempenho do veículo.
Apesar de muita gente acreditar que é econômico deixar o carro em ponto morto, essa prática não é recomendada por uma questão de segurança e de economia de gasolina. Se o carro estiver desengatado e sem auxílio do freio-motor, o sistema de freio será mais exigido e poderá falhar. Nesse caso, a dica é deixar o carro engatado na marcha mais alta, mesmo sem acelerar.
Aquecer o motor antes de sair, hoje em dia, se tornou desnecessário, já que os propulsores contam com injeção eletrônica. O sistema atual dá conta de fazer o carro andar mesmo no frio. Para modelos flex, lembre-se de abastecer o tanquinho de partida a frio. Além de gastar combustível à toa, esquentar o motor num carro com injeção eletrônica pode desgastar as peças e diminuir sua vida útil do veículo.
Estar sempre com o veículo pesado também contribui para aumentar o gasto de combustível. Cargas superiores a 10 quilos já influenciam no consumo, pois o motor terá que fazer mais força para colocar o automóvel em movimento. Procure levar no carro somente o que precisar, evitando guardar malas, caixas cheias, entre outros.
Segundo o mecânico Henrique Caldas, não é recomendado abastecer e, logo em seguida, deixar o carro parado. “Depois do abastecimento, a injeção eletrônica do veículo precisa de 15 minutos para o sistema entender que o combustível foi colocado. Se isso não acontecer, o carro, sempre que for ligado, vai precisar ‘gastar’ mais tempo de leitura (e mais gasolina) para fazer isso.”
Como a maioria dos carros é flex, ou seja, abastece tanto a álcool como a gasolina, o mecânico dá uma orientação importante: “O carro com álcool gasta 30% mais do que a gasolina. Ou seja, só vale a pena abastecer etanol quando ele estiver entre 30 e 40% mais barato do que a gasolina”, explica.
Ainda sobre o abastecimento, nada de andar com pouca gasolina, porque a injeção eletrônica gasta mais e não abastecer pouco a pouco. “A injeção eletrônica é o computador do carro. Colocá-la para trabalhar mais do que ela deve é uma forma de gastar mais gasolina. Por isso, o ideal é que ela esteja sempre regulada e que o tanque esteja abastecido de ¼ pra cima”, finaliza.
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