Depois de mais de 10 anos de espera, a primeira fase das obras do Porto Central, em Presidente Kennedy, no Litoral Sul do Espírito Santo, vai ter início na quarta-feira (4). O investimento inicial de cerca de R$ 2,6 bilhões envolve a construção das estruturas portuárias para acomodar terminais de transbordo de petróleo entre navios de grande porte e granéis líquidos de águas profundas.
Anunciado nesta segunda-feira (2), em entrevista coletiva, o cronograma das obras prevê a conclusão da primeira etapa até meados de 2027, com o início das operações ocorrendo em dezembro do mesmo ano. O complexo inustrial e portuário pode chegar a ter 20 milhões de metros quadrados de área operacional, tendo capacidade para receber os maiores navios do mundo, com mais de 20 metros de calado.
Com licença ambiental liberada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desde maio de 2023, as intervenções incluem a conclusão da retirada de vegetação, seguida pelas obras civis de terraplanagem e implantação do canteiro de obras.
Em seguida, ocorrerá a construção de um canal de acesso do porto, com cerca de 26 km de extensão, e da bacia de evolução, com mais de 60 milhões de metros cúbicos, além de píer e berços para a atracagem dos navios. Após as intervenções, o complexo estará apto a realizar transferência de petróleo entre embarcações, com operação estimada em 1,2 milhão de barris por dia.
Além do local estratégico onde a estrutura será instalada, próxima à divisa com o Rio de Janeiro, a gerente comercial, Jessica Chan, destacou, na coletiva, que o diferencial do Porto Central, em comparação a outros pontos logísticos do Estado e do país, é a capacidade natural de receber os maiores navios no mundo.
"Um dos grandes diferenças é que nós já vamos nascer com águas profundas na primeira fase, o que permite atracar os maiores navios no mundo. Outro destaque é a estrutura portuária capaz de reduzir as filas de embarcações, que já ocorrem em outros portos do país e do mundo. Então, o Porto Central se coloca como uma nova opção dentro do cenário de crescimento do mercado e da necessidade de infraestrutura portuária de qualidade e segura", ressalta Jessica Chan.
O projeto do complexo portuário abrange uma área de 2.000 hectares, com profundidades marítimas de até 25 metros e 54 berços destinados a operações de petróleo, grãos, contêineres, entre outros. Na primeira etapa de execução, também estão previstos a produção, o transporte e a armazenagem de rochas para o quebra-mar sul, a instalação da central de fabricação dos elementos de concreto e a dragagem do canal de acesso.
Segundo a direção do Porto Central, o investimento total no complexo será de R$ 16 bilhões, com as obras serão realizadas em fases. A finalização da última fase e a execução de todas as operações estão previstas para até 2040.
Com a construção anunciada em 2012, o Porto Central foi planejado para acomodar terminais e indústrias multipropósitos, incluindo movimentação e armazenagem de granéis líquidos (como bunker e combustíveis), granéis sólidos, grãos, fertilizantes, minerais, contêineres, cargas gerais, gás natural, apoio offshore e estaleiros.
O diretor do Porto Central, Angelo Santos, explicou, durante a coletiva, que o longo tempo entre o anúncio do projeto e o início da primeira fase das obras foi utilizado para estudos de engenharia, de viabilidade ambiental, entre outros. "É um projeto muito grande que atende o complexo portuário pensado para o futuro, com desenvolvimento ao longo de décadas. No tempo que se levou para chegarmos hoje a anunciar o início de fato de obras, houve um grande volume de estudos necessários para que um projeto dessa dimensão se realize", destaca.
Na primeira etapa de obras, devem ser empregados até 1.295 trabalhadores diretos, com a expectativa de que 70% da mão de obra seja local. Reconhecido como um projeto estruturante e prioritário no Espírito Santo e parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, o Porto Central conta com uma localização estratégica no centro da costa brasileira próxima às bacias do pré-sal, de grandes mercados, além de rodovias e ferrovias.
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