A Petrocity pediu nesta quinta-feira (2) autorização do governo federal para construir uma estrada de ferro para ligar a cidade de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, à Ipatinga, na região do Vale do Aço, em Minas Gerais. O investimento previsto é da ordem de R$ 5 bilhões e deve contar com recursos de investidores estrangeiros.
José Roberto Barbosa, diretor da Petrocity, esteve em Brasília no lançamento do programa Pro Trilhos, que visa facilitar a construção de ferrovias com investimento totalmente privado. Ao invés de receber uma estrada de ferro através de concessão, as empresas poderão construir e operar os ramais por conta própria, tomando o risco do investimento. Outras quatro empresas também pediram autorização para construir nove ferrovias pelo país.
No caso do ramal da Petrocity, a intenção é ligar a região do Vale do Aço, em Minas, ao município capixaba onde há o projeto para a instalação do Centro Portuário São Mateus (CPMS), da mesma empresa. O empreendimento aguarda a liberação da licença ambiental do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) para prosseguir.
A intenção é de que a estrada de ferro seja construida margeando a BR 381, ou seja, passando por municípios como Governador Valadares (MG), Barra de São Francisco e Nova Venécia.
Segundo a Petrocity, em um segundo momento, há ainda o projeto para que a ferrovia chegue até Sete Lagoas (MG), contornando a Serra do Tigre, grande gargalo ferroviário entre a região Centro-Oeste do país e os portos do Espírito Santo.
De acordo com a empresa, a possibilidade vem sendo apresentada em reuniões no Espírito Santo e Minas Gerais.
Juntas, as solicitações dizem respeito a 3,3 mil quilômetros de novos trilhos e R$ 53,5 bilhões de investimentos. Com a formalização dos pedidos, eles começam a ser avaliados pelo Ministério da Infraestrutura, responsável por emitir as autorizações, caso os empreendimentos cumpram todos os requisitos exigidos pelo governo federal.
Modelo semelhante ao que já existe de forma bem-sucedida na exploração de infraestrutura em setores como telecomunicações, energia elétrica, portuário e aeroportuário.
As novas ferrovias cortam cidades de nove estados em quatro regiões brasileiras: Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí e São Paulo.
Segundo o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, o Brasil fez uma “escolha ruim” no passado ao exigir que a construção de ferrovias fosse feita exclusivamente pelo poder público. Segundo ele, o encarecimento do petróleo, que fez subir o preço da gasolina, mostrou a importância do investimento privado do setor ferroviário.
“Nós fizemos uma escolha ruim que nos levou à ineficiência. A conta da escolha ruim veio com a crise do petróleo. Enquanto a gente viveu a crença do petróleo barato não tinha problema. Agora a gente inicia outro ciclo. Se eu tenho um investidor que quer fazer a ligação do ponto A ao ponto B e está disposto a tomar o risco, porque não permitir?”, disse.
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