A inflação vem pesando no bolso do consumidor, que cada dia leva o carrinho mais vazio para casa. Além de pagar mais caro pelo arroz e óleo de soja, neste fim de ano, será preciso desembolsar um pouco mais pela carne. Quem pretende fazer churrasco, mesmo que só para a família, vai se surpreender. O quilo da picanha chega a custar R$ 93,90. No ano passado, no mesmo período, o produto era vendido por aproximadamente R$ 70.
O pernil suíno, comida tradicional na mesa do Natal e do Ano Novo, e mesmo o acém bovino, carne popular e que está no cardápio do dia a dia, ficou com o preço mais salgado.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, mostra que na Região da Grande Vitória, no Espírito Santo, as principais carnes acumulam alta de 13,4% nos preços entre janeiro e novembro deste ano.
O preço carne de porco foi que o mais aumentou ao longo do ano: 43,86%. Só no mês de novembro, em comparação ao anterior, o valor dos cortes suínos aumentou em 5,58%. Em alguns supermercados da Grande Vitória, por exemplo, o quilo do costelinha chega a custar R$ 41,90. Já o quilo do pernil sem osso, R$ 32,90.
Já entre os cortes de carne bovina, os que mais tiveram alta no ano foram a costela (36,84%) e o acém (24,36%). Mas quando olhamos apenas para o mês de novembro, a capa de filé (8,76%), o acém (3,79%), a alcatra (7,39%) e a costela (7,02%) foram os que mais encareceram.
Na Grande Vitória, o quilo do acém já está sendo comercializado a R$ 32 já o da costela bovina R$ 35,90 e o da alcatra R$ 48,99. Os preços foram pesquisados nesta quarta-feira (9) em sites de supermercados da Grande Vitória. (Veja a pesquisa de preços com essas e outras carnes no final da matéria)
Entre os motivos que levaram a esses aumentos está a alta do dólar. Com a moeda americana valorizada, os pecuaristas, suinocultores e avicultores preferem exportar. Com isso, sobra menos produto para abastecer o mercado interno, o que acaba reduzindo a oferta.
Além disso, durante os primeiros meses da pandemia, a demanda por alimentos aumentou. Os brasileiros passaram a comprar mais em um período mais curto de tempo, o que contribuiu ainda mais para a redução dos estoques do mercado.
Outro ponto que também deve ser levado em consideração é que, com o aumento da demanda nacional e das exportações, os abatedouros começaram a abater os animais com mais antecedência, até mesmo as fêmeas. Isso reduziu os rebanhos futuros para comercialização.
Já os criadores de porcos e aves, animais que têm na sua dieta a soja e o milho, viram o preço desses grãos disparar nos últimos meses. Com a ração mais cara, o custo precisou ser repassado para o consumidor.
Além da carne mais cara, o consumidor tem ficado com poucas opções de substituição. De acordo com os dados do IPCA, a linguiça, a carne de frango e os ovos também estão com os preços em alta neste ano na Grande Vitória.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta