Tirar o carro da garagem se tornou um hábito cada vez mais difícil de manter. É que o litro da gasolina, que abastece grande parte dos veículos e impacta não apenas a rotina dos motoristas, mas o custo de frete dos mais diversos produtos, já chega a custar até R$ 7,99 no Espírito Santo, após novo reajuste.
O preço médio do combustível nos municípios capixabas está, atualmente, em R$ 7,63, segundo o Monitor de Combustíveis da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), considerando as notas fiscais emitidas neste domingo (19). No entanto, levantamento realizado pela reportagem de A Gazeta junto a postos de nove municípios, nesta segunda-feira (20), apontou preços ainda mais elevados.
O litro de gasolina mais caro identificado no Estado está em um posto de Colatina, na Região Noroeste, no qual quem vai abastecer precisa desembolsar até R$ 7,99, a depender da forma de pagamento. Na sequência, aparece um posto de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, onde os preços alcançam R$ 7,79. (Veja a lista completa no final da matéria.)
Em Vitória e Serra, na Grande Vitória, os preços estão na ordem de R$ 7,59. Alguns estabelecimentos oferecem desconto de centavos, caso o pagamento seja feito à vista (dinheiro ou débito).
O avanço dos preços tornou-se ainda mais perceptível desde o fim de semana, quando a Petrobras aplicou novo reajuste nos valores dos combustíveis vendidos às distribuidoras. A última correção no preço da gasolina havia sido registrada em 11 de março.
Com o reajuste, no último sábado (18), o preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (alta de 5,18%). O diesel, que estava sem aumento há 39 dias, também ficou mais caro (14,26%).
Para justificar o aumento, a Petrobras alegou que o mercado de petróleo passou por mudança estrutural e que é necessário buscar convergência com os preços internacionais.
A escalada do dólar e a valorização do barril de petróleo no mercado global são os motivos para as constantes altas nos combustíveis. Desde 2017, no governo de Michel Temer, a Petrobras passou a considerar esses dois componentes para calcular o preço de venda nas refinarias.
Essa política de preços, conhecida como paridade internacional, resultou numa queda temporária nos preços no início da pandemia, em 2020, em função da menor demanda por petróleo no mundo. Com a retomada global a partir da vacinação em 2021, o petróleo voltou a se valorizar e os combustíveis dispararam no Brasil.
A situação, já complicada, foi agravada em 2022 pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que voltou a desequilibrar a cadeia de oferta e resultou em aumento de preços e maior volatilidade nas cotações internacionais.
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